Ao considerar os escândalos que envolveram a Fifa nos últimos anos, é difícil imaginar que alguma federação esportiva tenha um ambiente tão pouco profissional quanto a que rege o futebol no mundo. Mas não foi isso o que concluiu a Play The Game, ONG focada na ética e transparência no esporte.
A Fifa, na verdade, ficou em segundo lugar no ranking de governança corporativa criada pela ONG. O levantamento considera todas as 35 federações de esportes olímpicos, e apenas a Federação Equestre Internacional (FEI) conseguiu números melhores.
A conclusão, no entanto, não é muito animadora. O diretor internacional da Play The Game, Jens Sejer Andersen, salientou que os dados levantados mostram que as federações são pouco organizadas.
“O relatório apresenta evidência maciça que não só a FIFA, mas o esporte internacional, em geral, precisa de uma reforma estrutural fundamental, a fim de entregar a liderança crível que todos nós podemos esperar dessas organizações”, afirmou.
No levantamento, foram analisadas, basicamente, democracia, transparência e prestação de contas. A pior nota da Fifa foi justamente o processo democrático. No total, a pontuação foi de 68%, contra 76% da FEI.
“A pontuação reflete que a organização tem feito alguns passos importantes nos últimos anos, mas eles continuam muito aquém do que se poderia esperar. Uma pontuação de 68% não é nada para se vangloriar quando você considera magnitude da FIFA e sua solidez financeira”, comentou o autor do relatório, Arnout Geeraert.
Alguns números mostram como as federações estão aquém do que se espera. Nenhuma delas, por exemplo, dispõe relatório de renumeração de seus altos funcionários. Menos da metade, por sinal, disponibiliza relatório financeiro anualmente. Apenas cinco entidades mantém um comitê de ética independente.