Audiência baixa durante toda a temporada e ausência de um piloto brasileiro capaz de colocar o país no pódio montado em Interlagos. A receita que não tem dado certo nos últimos anos se repetirá na prova da Fórmula 1 neste ano que, mais uma vez, não deverá ter as arquibancadas lotadas na etapa de São Paulo.
Mesmo sem mudança no preço, estagnado nos últimos anos, ainda há vários tíquetes disponíveis para o fã do esporte. Na verdade, o único setor que tem entrada esgotada é um dos mais caros, na reta do boxe. Quem comprou esses ingressos pagou R$ 1450 para assistir à prova paulistana.
O local nobre da corrida costuma receber público corporativo, o que facilita as vendas. Os mais baratos, no entanto, com entradas a R$ 525 para os três dias de evento, continuam disponíveis para o público.
Em resposta à reportagem, a direção do GP disse que a venda é superior a 2014, mas a contagem final só será divulgada após a prova.
Considerando o histórico recente, não chega a ser uma surpresa. Em 2013, foi registrado o pior público do Grande Prêmio de Interlagos em cinco anos, com 66 mil pessoas. No ano seguinte, a organização da prova não divulgou quantas pessoas assistiram à corrida principal, apenas o número de pessoas durante todo o fim de semana. Com a maquiagem, foi registrado um aumento de 2% de torcedores em relação à temporada anterior.
Ainda assim, Interlagos tem sido uma aposta da Prefeitura de São Paulo para receber turistas. Após abrir mão da Fórmula Indy, o governo tem gastado R$ 160 milhões em obras no local para garantir a permanência da etapa brasileira no local. Em 2016, as reformas estarão completas, mas elas não devem fazer diferença para o público, já que envolvem prioritariamente as estruturas para as equipes.