Revanchismo. Para Joseph Blatter, ex-presidente da Fifa, essa foi a razão de seu afastamento da entidade após uma série de denúncias virem à tona em torno de seu nome. O cartola usou uma coletiva de imprensa na segunda-feira para se defender da decisão do Comitê de Ética da Fifa, anunciada horas antes.
“Se os Estados Unidos fosse sede da Copa de 2022, nós não estaríamos aqui. Não acho que o Comitê de Ética tenha conexões com os Estados Unidos; eles não são bons de conexão, como vimos”, ironizou.
Os Estados Unidos perderam as eleições para o Qatar, em escolha recheada de denúncias de compra de votos. Assim como a Rússia em 2018, a Copa no país segue sob investigação.
O dirigente afirmou também que tem sido o “saco de pancadas” da Fifa. Blatter argumenta que a rede de corrupção divulgada neste ano envolvendo membros da entidade está ligada a confederações locais, especificamente a Concacaf e a Conmebol.
Na manhã de segunda-feira, o Comitê de Ética afastou Blatter e Michel Platini, presidente da Uefa, por oito anos do futebol. A decisão saiu após ambos entrarem em um processo criminal pela transferência de 1,8 milhões de euros que Platini recebeu de Blatter em 2011. Eles alegam que o pagamento foi por um serviço prestado à Fifa em 1998.
Blatter não foi o único a se defender. Platini, mantido como presidente da Uefa, também não demorou para se manifestar. Segundo o dirigente francês, sua suspensão foi uma “verdadeira fraude”. “Esse veredito não é mais do que o revestimento patético de uma vontade de me eliminar do mundo do futebol”, comentou.
Oficialmente, a Uefa também saiu em defesa de seu presidente. A entidade do futebol europeu afirmou que o apoia “nesse processo e na oportunidade de limpar seu nome”. Antes de seu nome ser envolvido nos escândalos, Platini era um dos favoritos para ocupar o cargo de Blatter.