A passagem da Viton 44 no patrocínio a clubes de futebol aponta de forma precisa para o grande problema que existe no esporte mais popular do país há quase uma década.
Alçada ao status de tábua de salvação dos times do Rio no começo do ano passado, a empresa deixa após um ano o futebol, sem entregar aos times, e à marca, grandes benefícios.
Até mesmo o propósito primário de dar publicidade à marca para ter um comprador não foi bem sucedido na estratégia aventureira da Viton.
A marca deu a última cartada num esforço para aparecer e, no fim das contas, só conseguiu ampliar a bolha de investimentos no futebol, sem obter retorno sobre os gastos que foram feitos com os patrocínios.
Como pode uma marca colocar R$ 50 milhões em três clubes de massa como Flamengo, Fluminense e Vasco e, um ano depois, jogar isso fora? Qual era o objetivo de Neville Proá ao fazer um negócio desses?
O caso Viton 44 mostra que o futebol segue dependente de aventureiros, que não criam estratégia para o patrocínio e, assim, ficam por pouco tempo num clube ou num esporte.
Neste 2016, mais uma vez, os clubes estarão reféns ou do governo, ou de empresas que não têm definido o que buscam ao investir no esporte. Assim, de aventura em aventura, os clubes vão tentando ter a coluna de “receita com patrocínios” em algum lugar na previsão orçamentária.
Somente quando souber vender projetos de longo prazo, com começo, meio e fim, é que o futebol vai reduzir a dependêncida de aventureiros.
Talvez essa fosse uma boa resolução para o 2016 que começa!