O preço elevado dos produtos originais é a principal razão apontada pelos torcedores que adquirem produtos piratas relacionados ao futebol. Segundo pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), 42,8% dos fanáticos admitem que o custo do material pesa na hora da compra.
“É impossível mensurar o tamanho do mercado pirata no Brasil. Mas conseguimos dizer com segurança que as pessoas têm propensão a consumir esse tipo de produto. Entre os interessados em futebol, quatro em cada dez admitem que compram falsificações”, contou Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, em entrevista à Máquina do Esporte.
A própria executiva admite que até esse índice é difícil de totalizar, já que muita gente consome produtos piratas, mas não admite isso ao ser questionado. “Fizemos a pesquisa com 620 consumidores de todas as capitais do país, levando em conta local, gênero, faixa etária e poder aquisitivo”, conta Kawauti.
Um dado preocupante para as equipes é que 22% dos torcedores dizem não ver diferença entre as peças originais e as pirateadas.
“Faltam campanhas educativas dos clubes para mostrar o quanto é ruim comprar falsificações. Quem vende produto original gera toda uma cadeia produtiva: paga imposto em dia e gera empregos formais. Está contribuindo com a sociedade”, salienta a economista.
Entre os que só adquirem produtos licenciados (53% do universo pesquisado), 47,6% se preocupam com a qualidade do material e 27% o fazem para ajudar o time de coração. Os produtos oficiais mais adquiridos por esses entrevistados são camisa de times (51,5%), canecas e copos (19,8%), chaveiros (19,1%), chinelos (8,5%), roupas para crianças (8,4%) e artigos de cama, mesa e banho (7,5%).
“O consumidor de produto oficial é das classes A e B, é aficionado por futebol e jovem. Entre os que admitem comprar pirataria a maioria vem das classes C, D e E. Nesse caso, não há diferença significativa por faixa etária e grau de interesse por futebol”, conta Kawauti.
Para o consumidor de baixa renda, que opta por falsificações, os produtos mais populares são canecas e copos de times (22,9%), chaveiros (22,3%), camisetas (18,9%), chinelos (18,0%) e bonecos de pelúcia (11,4%).