O Vasco ainda poderá recorrer, mas já não sairá ileso da confusão entre torcedores na partida do time contra o Flamengo. Além do encontro contra o Santos já realizado com portões fechados, os cariocas foram punidos com seis jogos sem torcedores, além da interdição do estádio São Januário.
O prejuízo do Vasco não será pequeno. Para começar, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aplicou uma multa de R$ 75 mil ao time. Mas o pior drama financeiro a ser enfrentado pelos vascaínos estará na ausência de bilheteria, que vinha com bons resultados neste retorno do clube à Série A do Campeonato Brasileiro.
Foram sete jogos do Vasco como mandante na edição deste ano do torneio, sem considerar a partida com os portões fechados. O time mantém uma média superior a 15 mil pessoas por jogo. No total, o clube faturou R$ 3,9 milhões com ingressos. Descontados os custos, foi gerado um lucro de R$ 1,7 milhão à equipe, a quinta que mais fatura com tíquetes no atual Campeonato Brasileiro.
O presidente do Vasco, Eurico Miranda, não concordou com a decisão do STJD. “A PM é falida. Ela foi a causadora da tragédia. Como se atira bomba de gás indiscriminadamente? Dizer que o Vasco tem ligação com sua torcida… Pelo amor de Deus. São meia-dúzias de vândalos. Atribuir culpa ao Vasco é uma ofensa”, afirmou o dirigente durante o julgamento.
O Vasco não foi o primeiro clube a sofrer punição por mau comportamento de seus torcedores, ainda que essa tenha sido a mais rigorosa decisão do STJD. Há algumas semanas, o Corinthians teve que fechar um setor de seu estádio após torcedores acenderem sinalizadores nas arquibancadas. Foram R$ 10 mil de multa e cerca de R$ 250 mil em bilheteria que deixaram de entrar nos cofres da equipe em partida contra a Ponte Preta.
Em 2016, o Palmeiras jogou parte do Campeonato Brasileiro sem o setor mais popular de seu estádio. Em campanha que consagrou o time campeão nacional, o time deixou de faturar cerca de R$ 1,2 milhão em bilheteria graças à punição.
E não é só a Série A que sofre com confusão entre torcedores e com suas posteriores punições. Na Série B deste ano, Goiás e Vila Nova geraram imagens tristes de violência nos estádios. Como consequência, ambas as equipes foram julgadas pelo STJD e têm jogado com os portões fechados, sem a presença de fãs nas arquibancadas.