A briga pelos direitos de transmissão do esporte pelo streaming começa a ganhar corpo no Brasil e, agora, conta com mais um concorrente de peso na disputa pelas transmissões esportivas.
A gigante do e-commerce Netshoes é a financiadora do projeto da TV NSports, empresa que já assegurou a transmissão de pelo menos 60 jogos da Superliga de vôlei, 50 da Liga Nacional de Futsal e da Liga Feminina de Basquete.
A Netshoes se associou à agência ESM para custear o projeto de criar um grande veículo de streaming esportivo. O projeto é liderado por Guilherme Figueiredo, ex-Geo Eventos e TV Estádio, ambas ligadas ao Grupo Globo.
“A gente tem um grande objetivo de democratizar vários esportes no Brasil que não têm visibilidade na mídia, não têm apelo. O futebol é uma grande categoria, mas o país é muito mais amplo. Esse projeto pode ajudar muito a propagar e desenvolver outras categorias no esporte”, afirmou André Shinohara, CSMO da Netshoes, em entrevista exclusiva à Máquina do Esporte.
Dentro desse conceito, a ideia da empresa não é cobrar pelo acesso do torcedor, como a Amazon faz, por exemplo. Para Shinohara, a preocupação agora não é em ter um negócio rentável.
“Se você for olhar o prisma essencial de geração de receita, o modelo potencial não difere dos modelos dos canais tradicionais de televisão, que contam com patrocinadores. No curto prazo, porém, o lucro não é o objetivo. O canal é uma ministartup, então o primeiro objetivo é realizar um sonho”, ponderou.
A estratégia, porém, está calcada na geração de mais negócios a partir do e-commerce. Com a plataforma da TV NSports, a Netshoes obtém dados de hábitos de consumo das pessoas.
“Do ponto de vista de crescimento de base, [o canal] é uma ferramenta tremenda. Ele melhora a oferta de conteúdo com um conhecimento mais assíduo sobre o consumidor. Além disso, é uma chance de mudar de patamar a Netshoes. Vamos sair de um ambiente de vendedor de produtos de esportes para ser uma plataforma digital de esportes. Esse projeto está dentro do que é o nosso DNA, que é conectar as pessoas ao esporte”, disse.
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Atualmente, a Netshoes financia os custos da operação da TV, enquanto a ESM faz a ponte com as entidades esportivas. Até agora, além dos acordos no basquete, vôlei e futsal, a NSports já exibiu competições de menor visibilidade no tênis.
“Queremos dar amplitude ao portfólio, congregar outras confederações. Estamos conversando e teremos novidades”.
Enquanto o streaming não decola no Brasil, o mercado já tem um novo concorrente de peso na disputa futura por direitos.