No próximo dia 14 de abril, quando a bola rolar para o Campeonato Brasileiro da Série A, o torcedor terá de se acostumar a ver um torneio paralelo na camisa dos clubes. O que envolve os bancos que patrocinam as equipes.
A Chapecoense é o único clube que, atualmente, não tem nenhuma empresa do segmento como patrocinadora. Outros dois clubes também não têm uma marca fixa do setor na camisa: Corinthians e Vasco. Ambos, porém, fecharam acordos pontuais nesta semana para estamparem as marcas de Agibank e Help. Os negócios são válidos até o próximo domingo (8), quando terminam os campeonatos estaduais.
O predomínio do segmento no patrocínio aos times é uma tendência nos últimos anos, mas nunca houve tamanha soberania das empresas financeiras no patrocínio de camisa no futebol.
Desde 2012, quando a Caixa começou a investir no futebol, que os bancos se transformaram na solução para os clubes em meio a uma economia brasileira em retração e a um novo tipo de comportamento das marcas no patrocínio às equipes.
O banco estatal continua a ser a tábua de salvação da maioria. Nada menos que 12 dos 20 clubes (60% do total) estarão com a marca da Caixa estampada na camisa. O número só não é maior porque Chapecoense, Corinthians e Vasco não aceitaram os valores propostos pelo banco em renovações contratuais recentes.
Outros três bancos estarão na camisa dos times: Banrisul (Grêmio e Internacional), Crefisa (Palmeiras) e Banco Inter (São Paulo). Além deles, a Valle Express, empresa de meio de pagamento, é a principal patrocinadora do Fluminense. Os dois times que ainda não contam com um patrocinador principal são Corinthians e Vasco.
Desde 2013, quando a Caixa iniciou um processo grande de entrada no futebol, que os bancos passaram a se interessar mais pelo segmento. Após a estatal, outras marcas chegaram, como a Crefisa e, mais recentemente, o Banco Inter, no São Paulo. Agora, os concorrentes desses bancos menores começaram a se mexer. A Agibank, que rivaliza com o Inter, e a Help, com a Crefisa, são as novidades mais recentes do patrocínio nesse segmento.
A situação mostra como os clubes não têm conseguido achar novos parceiros comerciais dispostos a bancar os valores pedidos para a cota principal do uniforme. No começo do ano, o Corinthians anunciou a Positivo para as costas da camisa. Nos espaços mais valorizados do uniforme, essa foi a única novidade.
Só para se ter uma ideia, há dez anos, apenas três bancos estavam na camisa de quatro times no Brasileirão. O Banrisul, na dupla Grenal; o Bonsucesso, no Cruzeiro; e o BMG, no Coritiba.