Uma crise diplomática entre a Arábia Saudita e o Qatar levou à primeira crise da Fifa com relação à transmissão da Copa do Mundo. A entidade ameaça processar a rede de TV saudita BeoutQ, acusada de piratear o sinal de transmissão dos jogos da Copa do Mundo para o país árabe.
O problema é que, não fosse a emissora exibir o jogo de estreia dos sauditas contra a Rússia, ninguém no país conseguiria acompanhar a participação da Arábia pela televisão.
Como o país árabe e o Qatar não têm mais relações diplomáticas, a BeIN Sports, emissora do governo qatari e que transmitiria o Mundial na Arábia Saudita, foi impedida de enviar o sinal dos jogos para o país que disputa o Mundial.
No dia 15 de junho, logo após a transmissão da estreia da Arábia Saudita contra a Rússia, a Fifa divulgou um comunicado dizendo que não reconhecia a BeoutQ como detentora dos direitos de transmissão da Copa para a Arábia e que iria acionar a Justiça caso não fosse cortada a transmissão. A emissora, porém, está irredutível em sua decisão.
O caso foi parar na Confederação Africana de Futebol, que ameaçou a emissora: “A confederação está determinada a tomar todas as ações legais contra a BeoutQ se os jogos pertencentes a elas forem pirateados”, dizia o comunicado.
Até agora, porém, o caso permanece sem solução. Egito e Emirados Árabes Unidos são outros países com restrições comerciais com o Qatar. Mas, em ambos, um acordo com a Fifa liberou a transmissão dos jogos para seus territórios.