A Copa do Mundo demonstra que, se ainda não tem números pomposos como a televisão, o streaming já está bem estabilizado como uma alternativa às transmissões esportivas. O Mundial de futebol soma audiência nas redes, algo que tem como tendência o crescimento nos próximos anos. Ainda assim, os canais permanecem mais conservadores do que deveriam nessa área.
Com raríssimas exceções, o que acontece hoje é a exata reprodução de conteúdo visto na televisão pela internet. Mesmo quando algumas redes sociais abraçam propriedades esportivas, o modo de transmissão é muito semelhante. E é um tanto peculiar que, com todas as novas tecnologias que surgiram neste século, a experiência de assistir a uma partida de futebol seja a mesma de algumas décadas atrás. Fora a resolução da tela e o número de câmeras, nada mudou no modo de acompanhar a Copa do Mundo na TV.
Isso será um problema para as emissoras tradicionais. Atualmente, já existe a preocupação de fazer com que a transmissão de um evento esportivo seja mais interativa. O Facebook, especificamente, tem mantido essa apreensão, com declarações públicas de seu CEO, Mark Zuckerberg, sobre o foco em fazer com que transmissões ao vivo não sejam mais uma experiência passiva para o consumidor.
Na prática, ainda há pouca demonstração do que pode ser feito no streaming, fora a transição da cauda longa para o meio esportivo. Ainda assim, está no próprio Facebook o esclarecimento de que assistir a um evento pela internet tem diferenças. Segundo o site americano Techcrunch, um vídeo ao vivo na rede social tem seis vezes mais interação do que um vídeo gravado. É muita coisa. Deixa claro que, no ao vivo, há uma necessidade de pertencimento social por parte dos espectadores.
Considerando que o Facebook é hoje maior do que qualquer outro grupo de comunicação do mundo, não deveria ser confortável para as emissoras a noção de que a companhia on-line poderia ter uma capacidade maior de atrair o público apaixonado pelo esporte. Afinal, já é uma realidade que tudo o que o meio tradicional pode oferecer, em qualidade de transmissão, está absorvido pelas novas mídias.
Logo, está na hora de acontecer o movimento contrário: os meios tradicionais adequarem seus conteúdos quando o meio de transmissão for a internet. A simples reprodução de imagem e som da TV para celulares e tablets tem se tornado uma prática que pode custar caro nos próximos anos. Afinal, o streaming não será apenas uma moda passageira.