Pela primeira vez na história da Copa do Mundo, o símbolo da Nike estará estampado em quatro dos oito times que participam das quartas de final do torneio. Com Brasil, França e Inglaterra, além da Croácia, a marca americana nunca esteve tão forte na fase decisiva do Mundial de futebol.
Nas últimas duas décadas, Nike e Adidas têm disputado espaço entre a maioria das seleções. Neste ano, diferentemente do que aconteceu em 2014, a companhia alemã começou com vantagem, de 12 times contra 10, além de contar com a atual campeã, a própria Alemanha. Agora, já nas quartas de final, os americanos podem se considerar vencedores.
Oitavas de final viram mais um confronto entre Nike (Brasil) e México (Adidas). Foto: Reprodução
O sucesso esportivo da marca americana leva a dois fatos de fácil mensuração. A primeira é a perspectiva de venda de camisas, que poderá ser avaliado ao fim do ano fiscal, em 2019. O segundo, uma consequência da boa perspectiva de comercialização, está nas ações da companhia. No início deste mês, cada título chegou a US$ 78 na Bolsa de Nova York, o maior valor da história da companhia.
Confira a análise de Erich Beting, CEO da Máquina do Esporte
A principal concorrente, a Adidas, teve movimento contrário. Quando a Alemanha foi eliminada, ainda na primeira fase, a empresa teve queda de 2,7% em suas ações. Com a saída de outros favoritos patrocinados pela empresa, como Argentina e Espanha, os papéis permaneceram em queda ao longo da Copa do Mundo. Entre os times restantes, Bélgica e Suécia têm mercados menores, enquanto a Rússia mantém economia pouco aquecida.
Em 2014, o cenário foi bem diferente para a Adidas. A empresa fechou o ano fiscal com 9 milhões de camisas de futebol vendidas, um número 10% superior ao que era previsto. Cerca de um terço dessa quantia foi influência direta do sucesso da seleção alemã, vencedora da Copa do Mundo daquele ano.
Com o favoritismo de Brasil, França e Inglaterra, a Nike vive essa expectativa. Mas estar com a metade dos times das quartas de final também representa uma virada histórica para a empresa americana.
A companhia entrou no futebol na década de 1970, mas sem nenhum sucesso. As chuteiras produzidas pela Nike eram consideradas frágeis e pouco agradaram. Ao longo dos anos 1980, a empresa apostou em parcerias com jogadores para aperfeiçoar os produtos. Somente na década de 1990, mais segura de seus materiais, que os americanos entraram com força na disputa por seleções e, consequentemente, pela Copa do Mundo.
Antes da entrada da Nike, o futebol foi historicamente dividido entre Adidas e Puma, que neste ano conta com apenas uma das equipes das quartas de final, o Uruguai. Fruto das brigas entre os irmãos Dassler, as duas empresas disputaram as maiores seleções e jogadores entre as décadas de 1960 e 1980.