A tão sonhada partida nos Estados Unidos desejada pela LaLiga está cada vez mais perto de não acontecer. Isso porque o Barcelona, que seria a principal atração do evento, anunciou a desistência de viajar a Miami após verificar “falta de consenso”. Este deve ser um dos últimos capítulos de uma novela que já vem se arrastando há alguns meses.
Tudo começou quando a entidade que é responsável pelo Campeonato Espanhol teve a ideia de levar um jogo do torneio aos Estados Unidos, com a intenção de internacionalizar e potencializar a marca fora do território espanhol. No início, parecia que tudo daria certo, em especial pela escolha do jogo, Barcelona x Girona, e pela assinatura de uma parceria de 15 anos com a Relevent, multinacional de mídia, esportes e entretenimento.
Só que não demorou muito para os problemas aparecerem. Primeiro, o sindicato de jogadores ameaçou entrar em greve. Em resposta, a LaLiga chegou a anunciar que, além de jogos nos EUA, estava pretendendo realizar jogos também no México.
Depois, a questão começou a ficar mais complicada. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, deu declarações se mostrando contra a ideia. Não houve notificação formal oficial, mas a frase “Nós enfatizamos o princípio esportivo de que os jogos oficiais da liga devem ser jogados no respectivo território de cada associação-membro” foi suficiente. E não demorou muito para que a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) vetasse a partida nos Estados Unidos.
A LaLiga ainda tentou criar um abaixo-assinado, inventado pela Relevent, entre os torcedores americanos, na tentativa de mostrar aos opositores da ideia que o jogo já era esperado e seria um sucesso em Miami. Mas não adiantou. A “pá de cal” veio nesta segunda-feira (10) com a desistência do Barcelona.
“Até que um acordo seja alcançado entre todos os agentes envolvidos, este projeto não pode prosperar”, afirmou o presidente do Barça, Josep Maria Bartomeu, citando, nas entrelinhas, a recusa da RFEF, da Fifa e também da Uefa em apoiar a partida.
Do seu lado, a LaLiga, por meio de seu presidente Javier Tebas, já deu declarações assumindo que na atual temporada não será possível realizar a partida nos Estados Unidos. No entanto, também afirmou que “o projeto com a Relevent está em andamento” por “não haver base legal para proibir a ideia”. O executivo já prometeu, inclusive, que apelará com urgência ao Tribunal Arbitral do Esporte (CAS).