Larri Passos sempre foi emotivo. O treinador que levou Gustavo Kuerten ao topo do ranking mundial é marcado pelo jeito intenso de demonstrar as emoções. E, apesar de ter feito todo um preparo mental antes de entrar na quadra que leva o nome de seu pupilo, não conseguiu conter o choro ao ver sua carreira revisitada na homenagem anual que o Rio Open faz com grandes nomes do tênis nacional.
“Eu me preparei para não chorar, mas não deu. Lembrei do meu início, da primeira raquete que ganhei, e não imaginava estar aqui hoje, sendo homenageado. Isso me fortalece a continuar”, disse Larri.
O ex-treinador entrou na quadra central recebendo os aplausos do público. Depois, deixou-se levar pelas imagens do telão e não conteve a emoção. Quando foi falar sobre a homenagem, preferiu sentar-se no chão de saibro e deixou a emoção conduzi-lo durante a conversa com a torcida e os “alunos” Guga e o também brasileiro Thiago Monteiro.
O treinador também revelou ter tido um câncer na próstata no ano passado, quando deu entrevistas aos jornalistas após a homenagem recebida: “Foi algo que eu questionei muito, queria entender por que comigo. Mas lutei e estou curado, firme, amando cada vez mais o tênis. É um recomeço, estou tranquilo e cuidando mais de mim”.
O futuro de Larri, porém, pode estar ao lado de seu pupilo. A ideia é ver se o treinador pode também fazer um papel de mentoria no projeto do Time Guga.
“Se tiver disponibilidade, tenho vontade de ajudar, aconselhar treinadores e jogadores, principalmente na fase de transição do juvenil para o profissional”.
Guga ainda não confirma a entrada de Larri para o “time”, mas não descartou a chance de contar com o seu treinador nos principais anos de carreira.
“Por enquanto a gente está namorando. Quem sabe esse relacionamento não evolui para um casamento”, brincou Guga após a homeagem ao mestre.
Os brasileiros homenageados desde 2014 são Maria Esther Bueno, Thomaz Koch, Fernando Meligeni, Luiz Mattar, Andre Silva e Carlos Alberto Kirmayr. Guga foi homeageado dando nome à quadra central.