Maior jogadora da história do futebol feminino brasileiro, única a ser seis vezes eleita a melhor do mundo e camisa 10 do Brasil que inicia neste domingo (9) a busca pelo inédito título da Copa do Mundo. Marta tinha todos os predicados para ser o rosto da publicidade crescente no Mundial da França. Mas as marcas deixaram de lado a camisa 10 e trouxeram novas protagonistas.
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Diferentemente do que aconteceu no futebol masculino, em que Neymar concentrou a publicidade nas duas últimas Copas do Mundo, os patrocinadores, quando decidiram partir para comunicar seu apoio ao futebol feminino, não se aproximaram de Marta, que é a figura mais popular e conhecida da seleção.
Foto: Divulgação / Guaraná Antarctica
Andressa Alves, primeira mulher brasileira a jogar pelo Barcelona, e Cristiane Rozeira, segunda maior goleadora do time nacional, tornaram-se os principais rostos de campanha do Itaú. Andressa ainda é a protagonista da campanha da Nike, enquanto Cristiane também fornece seu rosto para a publicidade do Guaraná Antarctica.
Essa decisão, mais do que desprestigiar Marta, mostra como as marcas mudaram o entendimento sobre a comunicação do futebol feminino. As empresas usam as novas protagonistas para levantar a bandeira do empoderamento das mulheres.
“Neste ano, o Guaraná tem a proposta de valorizar tudo o que o Brasil tem de bom, tudo o que é ‘Coisa Nossa’. E uma das coisas boas do país é o futebol feminino. Queremos mostrar para as pessoas todo o potencial dessas meninas, todo o sucesso que elas já alcançaram e tudo o que ainda podem alcançar”, afirmou Daniel Silber, gerente de marketing do Guaraná Antarctica, ao lançar a campanha em que oferecia as jogadoras Fabi, Andressinha e Cristiane para outras empresas utilizarem em campanhas em suas redes sociais. O projeto trouxe para dentro do patrocínio a agência Almap BBDO e os anunciantes O Boticário, DMCard, GOL e Lay’s.
A Nike também adotou a mesma linha do empoderamento. Desde março, criou várias iniciativas que reforçam o conceito de torcer junto com as jogadoras.
“Se para a Nike o esporte é um agente de transformação, para nós, brasileiros, essa transformação só é possível com uma mudança de mentalidade no futebol. Essa campanha é o começo de uma jornada com a qual vamos aumentar a participação feminina no esporte. Queremos que, um dia, no Brasil, o futebol e todas as outras modalidades se tornem um hábito diário para as mulheres”, disse Martina Valle, diretora da Nike para mulheres, ao lançar a primeira campanha em março.