A crise financeira do Figueirense atingiu seu ápice na noite desta terça-feira (20), com os jogadores do clube se recusando a entrar em campo para disputar a partida contra o Cuiabá, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Os atletas cumpriram uma ameaça feita à diretoria do clube, que previa não entrar em campo se os salários referentes ao mês de junho e, ainda, parte dos direitos de imagem que estão atrasados, não fossem quitados até a tarde da própria terça-feira (20), dia do jogo.
Sem a presença da equipe, o jogo terminou em 3 a 0 para o Cuiabá e, agora, a crise entre diretoria e jogadores, que já estava acirrada desde o começo de julho, tornou-se insustentável. Em nota, o clube jogou a responsabilidade da derrota sobre os jogadores, sem citar o atraso de salários.
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“O Figueirense Futebol Clube comunica que a decisão de promover o W.O. na partida da Série B do Campeonato Brasileiro desta terça-feira, 20 de agosto, contra o Cuiabá, em Mato Grosso, é exclusiva dos jogadores profissionais relacionados para o confronto. Vale ressaltar que a comissão técnica se apresentou normalmente para a disputa e o setor de logística do Alvinegro promoveu todos os procedimentos prévios para entrada em campo dos atletas”, disse o clube.
Os jogadores já estavam em greve desde a última sexta-feira (16), quando se recusaram a treinar. Os atletas se apresentaram e viajaram até Mato Grosso para a partida, mas exigiram que os pagamentos, prometidos para a próxima quarta-feira (28), fossem antecipados. Como a diretoria não aderiu, a decisão foi não ir para o jogo.
Por conta disso, o Figueirense agora será punido pela CBF. O Regulamento Geral de Competições prevê que o clube pague R$ 5 mil de multa, e o placar fique em 3 a 0 para o Cuiabá na partida. Além disso, haverá o enquadramento do clube em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O 203 (“deixar de disputar partida sem justa causa”) e o 191 (“deixar de cumprir regulamento”), que preveem multas de R$ 100 a R$ 100 mil em caso de condenação.
O valor, porém, não deve ser muito alto. Em 2017, pela Série C, o Mogi Mirim também não foi a campo por falta de pagamento de salários em partida contra o Ypiranga. O clube acabou punido em R$ 1.000 pelo CBJD.