A Libertadores passou por um longo caminho nos corações dos brasileiros. O principal torneio de clubes da América do Sul já foi deixado em segundo plano pelos torcedores, passou a ser objeto de desejo nas últimas décadas e, agora, se mostra um produto consolidado no mercado. Para entender essa trajetória, nada como a luz do Ibope, com os números de audiência do torneio.
O ponto é que os primeiros jogos das semifinais foram um enorme sucesso na televisão. No Rio de Janeiro e em Porto Alegre, não houve nenhuma surpresa, já que há décadas a Libertadores empolga os torcedores. Mas é com outros times e outras praças que os dados ficam mais interessantes: os jogos foram acompanhados em peso pelos telespectadores, mesmo aqueles sem interesse direto nas equipes.
Na terça-feira (1), River Plate e Boca Juniors geraram quase 9 pontos para o SporTV. O número é impressionante: no geral, a emissora ficou atrás apenas da Globo, algo bastante relevante para um canal fechado.
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Na quarta-feira (2), a partida entre Grêmio e Flamengo gerou 30 pontos de média para a Globo em São Paulo, cidade que não foi representada na semifinal. É o recorde de audiência do torneio neste ano na capital paulista, com índice superior aos jogos de Palmeiras e São Paulo.
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Vale a lembrança que nem sempre a Libertadores teve esse peso. O primeiro título do São Paulo, em 1992, foi exibido pela Gazeta, graças a uma parceria com a Rede OM, emissora paranaense que havia comprado os direitos da competição à época. Ao longo dos anos, a taça do torneio se tornou cobiçada pelas equipes, mas raramente movimentava grandes audiências de praças que não estavam diretamente envolvidas. Até o início desta década, era comum a Globo abrir mão da transmissão em cidades que não tinham times envolvidos nos eventos decisivos.
Os dados recentes mostram claramente que a relação dos torcedores tem mudado com o torneio. Evidentemente, o peso do clássico argentino e a expectativa sobre o duelo entre Grêmio e Flamengo ajudam, mas já não são suficientes para explicar a alta no Ibope. Os números foram altos porque o produto é percebido como interessante.
Esse movimento pouco tem a ver com a chegada da FC Diez Media, a joint venture entre Perform e IMG que assumiu a competição, mas sem nenhuma dúvida ajudará muito o trabalho das agências. No mercado brasileiro, a Libertadores tem se mostrado sólida como principal produto do futebol, e esse é um trunfo incalculável.