A Conmebol anunciou no último ano que a final da Libertadores passaria a ser disputada em um jogo único. A decisão esteve longe da unanimidade, pelo menos entre os torcedores. Mas, na primeira edição com a final no fim de semana, patrocinadores e mídia dão força à escolha, mesmo com os diversos problemas enfrentados com a troca da sede de Santiago para Lima. Nos bastidores, a medida é um sucesso.
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É evidente que o apelo dos dois finalistas ajuda a empolgar os envolvidos na final. Mas, a ser comparada com a decisão de 2012, com times de iguais popularidade (Corinthians e Boca Juniors), não é difícil cravar a final deste ano como aquela que mais envolveu os patrocinadores.
Já foram anunciadas diversas ações entre patrocinadores do Flamengo, além da mobilização de parceiros da Conmebol pela área de ativação em Lima. E, com o apelo da partida, houve boa movimentação nos bastidores: a Amstel anunciou a renovação com a entidade sul-americana, enquanto a EA Sports aproveitou o momento para colocar a disputa no jogo Fifa.
Na mídia, a Globo terá uma cobertura com amplo pré-jogo, graças ao horário da tarde de sábado, que não costuma gerar audiências significativas. Na quarta-feira à noite, era difícil roubar espaço da novela. Ganham, claro, todos os patrocinadores.
Para fortalecer o evento único, a Conmebol já prometeu apresentações musicais, com estrelas sul-americanas, entre elas Anitta. É algo provavelmente pouco interessante para os torcedores mais fanáticos, mas que ajuda a vender o torneio e a região para outros mercados. A partida será exibida em diversos países, inclusive na TV aberta da Inglaterra, com cobertura da BBC.
Quando a Conmebol decidiu fazer uma final única, o foco era o comercial. E, no primeiro ano, fica claro que a estratégia tem um enorme apelo com o mercado, com a realização de um grande evento em um fim de semana livre para os torcedores.
As velhas críticas, por outro lado, permanecem. A dificuldade de acesso das torcidas a Lima mostra que essa será a mais distante entre todas as finais de Libertadores em relação ao torcedor mais fanático. Isso inclui o fantástico “recibimiento” dos argentinos e os impressionantes mosaicos no Maracanã, símbolos do futebol sul-americano.
Esse não é só um ponto nostálgico. Se a Libertadores for uma cópia da Liga dos Campeões, ela ficará estagnada como um produto esportivo de segunda categoria. Agora que a Conmebol percebeu o maior potencial do torneio, talvez seja a hora de pensar em modos de misturar o novo modelo com aquela velha personalidade.