A batalha jurídica entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com a agência Sport Promotion pela exploração das placas de publicidade estática ao redor do campo no Brasileirão fez com que os clubes decidissem ignorar a Justiça e, agora, todos os 12 times com contrato com a Brax decidiram instalar as placas fornecidas pela agência em seus jogos.
Neste final de semana, o primeiro em que houve rodada do Brasileirão depois de a Máquina do Esporte revelar os detalhes da carta em que a CBF convocou a arbitragem para romper o contrato com a Sport Promotion, todos os clubes que atuaram como mandante e têm o acordo com a Brax utilizaram as placas da empresa em vez daquelas fornecidas pela agência concorrente.
Na terceira rodada, o Fluminense, que tinha desistido de instalar as placas do novo parceiro, estreou a publicidade da Brax no duelo contra o Internacional. O tricolor carioca e o Fortaleza eram os únicos times que haviam seguido a decisão judicial que concedeu liminar à Sport Promotion multando os clubes em caso de descumprimento da ordem de manter as placas da antiga parceira. Como o Fortaleza não atuou pelo Brasileiro no final de semana, o que ocorrerá apenas em 8 de maio, quando enfrentar o São Paulo, o clube cearense só então fará valer o novo acordo.
Segundo apurou a Máquina do Esporte, os clubes se sentiram encorajados a descumprir a liminar depois de a CBF ir à Justiça contra a Sport Promotion. Se, antes, havia o temor de que as equipes seriam multadas por descumprir o acordo, agora há a certeza de que não há qualquer impedimento moral para que o acerto com a Brax entre em vigor.
O imbróglio envolvendo as placas de publicidade ao redor do gramado no Brasileirão teve início uma semana antes de o torneio começar. Em 30 de março, 11 dos 19 clubes com os quais a Sport Promotion tinha contrato notificaram a empresa de que não contariam mais com os serviços dela, pagando a multa rescisória para a agência.
Três dias depois, um acordo com a Brax foi anunciado. A nova agência, além de oferecer um valor maior pelo acordo, garantiu isonomia na divisão de receita entre os signatários e, além disso, a criação de um fundo para ser usado na criação de uma Liga de Clubes.
Na rodada de abertura do campeonato, porém, uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro devolveu à Sport Promotion o direito de expor as suas placas no campo dos jogos que tinham os 11 times dissidentes como mandante. Fluminense e Fortaleza foram os únicos a cumprir a decisão da Justiça.
Nesse mesmo final de semana, no dia 10 de abril, a CBF emitiu um ofício aos clubes dizendo que ela era a dona dos direitos de exploração das placas de publicidade, e lembrou-os de que havia um contrato com a Sport Promotion em vigor. Protocolar, a carta foi o primeiro passo dado pela entidade para, três dias depois, em 13 de abril, ir à Justiça contra a agência parceira, exigindo a instalação de uma arbitragem para romper o acordo. Na carta, a CBF alega que a Sport Promotion deve quase R$ 35 milhões a ela.
A briga jurídica entre entidade e agência motivou os clubes a aceitarem o contrato da Brax, que assim terá direito de expor suas placas de publicidade nas partidas de 12 dos 20 times que disputam o Brasileirão: América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Atlético-MG, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Fluminense, Goiás e Juventude.
Os outros sete times que possuem contrato com a Sport Promotion são Corinthians, Flamengo, Internacional, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo. O Botafogo não tem contrato com nenhuma empresa. O clube, recém-comprado pelo americano John Textor, tem usado as placas de publicidade para campanhas institucionais.