O Botafogo lançou seu programa de jovens aprendizes e dará a primeira oportunidade de emprego para 15 adolescentes, que cumprirão funções em cinco departamentos na sede de General Severiano: recursos humanos, marketing, financeiro, jornalismo e jurídico.
A experiência é liderada por Jorge Braga, CEO do clube carioca, que levou ao Botafogo sua experiência como diretor da 360 Graus, empresa de consultoria especializada em recuperação, transformação e aumento de receitas, assim como de sua passagem por companhias como Nextel, Embratel e Telemar.
“Recebi muitas mensagens e pedidos de jovens para participar dos processos de transformação do clube. Eram diferentes dos pedidos tradicionais de jovens atletas sobre peneiras e testes. Esses jovens queriam ter a chance de juntar futebol e administração dentro da gestão de uma instituição esportiva”, contou o executivo.
“É como se uma nova possibilidade se abrisse para quem ama futebol e quer estudar e fazer a diferença fora das quatro linhas. Foi daí que surgiu a ideia de criar um programa formal de jovens aprendizes aplicado às várias áreas de gestão do Botafogo”, acrescentou o gestor.
Para Leonardo Casartelli, diretor de marketing do empregos.com.br e responsável por um canal exclusivo para orientação de carreiras, a medida adotada pelo Botafogo serve como referência para outros clubes.
“Hoje, já observamos uma mudança de direção dos clubes, indo para uma linha mais empresarial. O Botafogo é um exemplo disso, depois que o clube virou uma SAF. Naturalmente, as pessoas serão cobradas por resultados em cada uma dessas áreas internas, e isso pode justificar trazer jovens aprendizes para reforçar essas frentes”, destacou o executivo.
Como forma de buscar aprofundar seus conhecimentos e aprendizados na área escolhida e que gosta, Yana Gomes, de 19 anos, foi uma das selecionadas e não tem dúvida das experiências que pode extrair durante este ano no clube.
“Trabalho com futebol há dois anos, produzindo conteúdo para as redes sociais. Me matriculei em uma faculdade de jornalismo, conseguindo juntar duas paixões: a comunicação e o futebol. Recebi a oportunidade de vir para o Botafogo, um clube tradicional, e estou muito feliz com a oportunidade de aprender”, disse a estudante.
Com apenas 16 anos, Michel Bastos cresceu torcendo para o Botafogo e com o sonho de estar inserido na rotina do clube, somando e colaborando para a evolução do clube alvinegro.
“Ter a oportunidade de trabalhar no time do coração é uma experiência muito boa. Nesta turma, sou o mais novo, então vou buscar muito conhecimento com pessoas com mais experiência e espero amadurecer ao lado de todos. É a realização de um sonho fazer parte de um time mundialmente conhecido e com uma marca forte”, comentou.
Dando continuidade ao projeto de sucesso em parceria com o Senac, o gerente de RH do Botafogo, Axel Mandarino, está confiante com esta nova fase e entende a importância do programa para o clube.
“Iniciamos o projeto de jovens aprendizes em parceria com o Senac, com duração de 12 meses. A ideia era trazer novas caras e um novo fôlego para o Botafogo durante este processo de transformação. São jovens iniciando suas trajetórias profissionais, muitos deles têm entre 18 e 22 anos de idade. É o pontapé inicial de um projeto de carreiras no Botafogo. Todo o clube será agregado”, explicou Axel.
Casartelli ainda comparou a formação desses jovens com a mesma importância das categorias de base de um time de futebol.
“Quando você forma esses profissionais desde cedo dentro do clube, você está preparando o futuro da empresa, assim como o clube tem a categoria de base. Você prepara um jovem que está entrando no mercado de trabalho para que um dia ele possa ter uma progressão de carreira e um conhecimento aprofundado sobre o clube”, defendeu.
“Esse é um processo tradicional dentro do mundo corporativo, porque se entende que um funcionário que é moldado dentro de casa tende a ter um nível de entendimento maior do negócio. O mesmo vale para os clubes. Muitas vezes é mais interessante ter um profissional assumindo posições, evoluindo para analista, coordenação e até uma gerência do que trazer pessoas de fora, que não conhecem a cultura e a tradição da companhia”, finalizou o executivo.