Em 2006, o Guarani amargou dois rebaixamentos, um no Campeonato Paulista e outro na Série B do Campeonato Brasileiro. A partir daí, uma crise gigantesca assolou o clube, que se atolou em dívidas. Só que, em 2008, a agremiação, uma das mais tradicionais do futebol brasileiro, criou a TV Guarani e agora vê sua emissora começando a fazer sucesso e alçando vôos maiores. ?Criamos um envolvimento muito grande com a torcida e fizemos com que o público se aproximasse novamente do clube?, afirma Mercival Piron, diretor de marketing do Guarani. Beneficiado com a liberação que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) concedeu aos clubes da Série C para negociarem cotas de televisão individualmente, o Guarani tem como principal trunfo as transmissões das partidas do time na competição. ?Dentro da legislação, estamos fazendo os acordos com os clubes que jogam contra o Guarani. Depois, como atrativo, a gente faz um pré-jogo, para chamar o torcedor a assistir ao jogo. Temos de fazer isso porque, apesar da mídia cobrir o Guarani diariamente, a demanda da torcida é maior que o volume de notícias lançadas?, diz Piron. Até agora, o clube possui quatro patrocinadores para a TV Guarani: a MJ Piron, a cer”mica Ngone, a companhia de autopeças Cabrino e as faculdades Anhangüera para bancar o custo das transmissões, que gira em torno dos R$ 4 mil. Por enquanto, o Guarani não cobra ao torcedor que quer assistir ao jogo em sua TV. Essa estratégia rende ao clube uma média de quatro mil acessos nas partidas do time. Nos jogos realizados no Brinco de Ouro, a média de público é de cinco mil pessoas. Para a próxima temporada, a intenção do time é aumentar a programação é fazer da TV Guarani uma emissora com programação diária. Para isso, o clube planeja exibir também imagens dos treinamentos, vender produtos oficiais do clube pela rede e até colocar declarações dos diretores executivos. ?O que estamos tentando fazer é reerguer o clube, principalmente resgatando a auto-estima da marca Guarani?, completa o dirigente.