A definição dos estádios utilizados nos clássicos foi uma das principais polêmicas do Campeonato Paulista de 2009. Em atrito com a diretoria do São Paulo, rivais decidiram fazer valer seu mando e fugiram do Morumbi ? a decisão entre Corinthians e Santos, por exemplo, teve um jogo na Vila Belmiro e verá o segundo no Pacaembu. A despeito de ter perdido a receita que arrecadaria com o aluguel da arena para esses confrontos, a equipe tricolor encontrou motivos para comemorar. Afinal, adiantou as obras voltadas ao projeto para a Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. Atualmente, o Morumbi passa por obras para a cobertura da pista de atletismo, reforma que faz parte das exigências da Fifa para que o estádio esteja apto a receber jogos do Mundial. Se os duelos entre Corinthians e Santos fossem disputados no local, contudo, o planejamento teria de ser diferente. ?Estamos trabalhando com janelas. Os momentos de fim de temporada ou de espaço na nossa tabela de jogos são os mais favoráveis para adiantarmos as obras no estádio?, admitiu João Paulo de Jesus Lopes, diretor de futebol do São Paulo, em evento sobre a Copa do Mundo de 2014 realizado na sede da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). O principal foco das reformas que estão em andamento no Morumbi é a estrutura do estádio. Além disso, a diretoria do São Paulo investe na criação de ambientes a serem explorados na Copa do Mundo, como salões de convivência e camarotes. As iniciativas de maior impacto visual serão tomadas apenas em um futuro mais distante. ?Só a partir de 2012, mais ou menos. Vou pegar como exemplo os assentos: já temos uma parceria para viabilizar a reforma, mas não podemos trocar agora e correr o risco de uma deterioração antes do Mundial?, ponderou Jesus Lopes. O problema para o Morumbi é o cronograma apertado. O estádio deve ser utilizado na Copa das Confederações, em 2013, e precisa estar totalmente pronto mais de um ano antes do Mundial. Em função disso, o diretor de futebol da equipe tricolor admite até a chance de a arena ser fechada durante a fase final das obras. ?Veja, isso não é uma certeza. É claro que temos como prioridade a finalização das reformas. Queremos entregar o estádio totalmente pronto e temos um planejamento para isso. Se algumas situações nos obrigarem a mudar a estratégia, existe essa chance?, finalizou. Tratado como possibilidade remota em São Paulo, o fechamento deve ser prática recorrente em outros projetos. No Rio de Janeiro, por exemplo, existe a certeza de que o Maracanã será interditado durante as reformas para a Copa do Mundo de 2014. O prazo sem partidas oficiais pode chegar a dois anos.