O sucesso esportivo dos Jogos Pan-Americanos começa a ser desvendado um ano depois da competição pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que faz estudo detalhado dos gastos com o evento do Rio de Janeiro. Para evitar um novo exagero de contas com a Copa do Mundo de 2014, o Ministério do Esporte quer se prevenir antes do início da organização. O principal mecanismo de controle deve ser colocado em prática em março do ano que vem, quando o Comitê Organizador decidir quais serão as cidades-sede do Mundial. Chamado de matriz de responsabilidades, o documento elaborado pela pasta de Orlando Silva Jr., e aprovado pela Fifa e a CBF, vai definir desde o princípio as obrigações de cada instituição. ?O segredo é fazer essa preparação. As cidades terão de assinar para poderem ser aprovadas. Dessa forma saberemos o que é obrigação do Governo Federal, o que é do município e o que é do estado. Quem não assinar está fora?, disse o ministro dos Esportes. A preocupação com essa divisão está diretamente ligada com o relatório do TCU. Na última quinta-feira, o órgão estabeleceu um prazo de 30 dias para que a pasta entregue o detalhamento dos seus gastos com o Pan. As estatais ligadas ao evento, por sua vez, têm de fazê-lo em 15 dias. Em resposta, no mesmo dia, o Ministério dos Esportes divulgou uma nota oficial, na qual se exime de culpa no processo, alegando não ter nenhuma dívida com o TCU. No documento, a pasta ainda alega que a indefinição entre a Prefeitura e o estado do Rio de Janeiro foi o fator responsável pela intervenção do Governo Federal.