A reunião de representantes da Nextel, da organização da Stock Car e da Rede Globo criou um ambiente de cobrança e tensão, mesmo que respeitosa e cercada de cautela, no primeiro painel da tarde desta terça-feira do 3º ABA Esportes. Incitado por perguntas da platéia, Ricardo Mazzucca, diretor de marketing esportivo da emissora, explicou por que os nomes dos patrocinadores master dos eventos não são citados nas transmissões. ?É uma questão muito clara para a Globo. Tem um problema editorial e um comercial. Editorialmente, tem a coisa da credibilidade que nos impede de citar marcas. E depois não faz parte do nosso portfólio de produtos que estão à venda. Ela vive de receita de anunciantes, e quando ela cede de graça essa exposição ela abre uma porteira que tira faturamento em outra ponta?, disse o executivo. A declaração, como não poderia deixar de ser, gerou respostas dos outros componentes da mesa. De maneira contida, Carlos Col, presidente da Vicar Promoções, organizadora da categoria, mostrou descontentamento com a situação, e evitou falar em pressão sobre a parceira de mídia. ?É um processo. Eu tenho falado disso com a Globo, entendo a filosofia e discordo parcialmente. O esporte depende dessas verbas de patrocínio para poder gerar um conteúdo de qualidade. E a única maneira é a exposição das marcas. Concordo que isso [citação dos patrocinadores máster] tem de ser feito de forma totalmente disciplinada, e não uma forma que desmereça e venha a influir no faturamento da televisão?, disse o dirigente. Mais tranqüilo, o maior prejudicado pela política da emissora carioca se mostrou animado com a situação para o futuro. Gerente de marketing da Nextel, Fábio Toledo também explicou que a limitação não foi um empecilho para que a empresa adotasse a postura. ?A gente analisou tudo isso. O projeto se paga sem essa divulgação, só o que a gente acredita que esse ciclo virtuoso funcionaria muito bem se isso estivesse acontecendo. Se o produto que a Globo tem valesse mais, tudo ia valer mais. Isso é um amadurecimento normal do mercado que uma hora vai acontecer?, disse o executivo.