O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) se posicionou, pela terceira vez, de maneira contrária à possibilidade de divisão da verba proveniente da Lei Agnelo/Piva com o Conselho de Clubes Formadores de Atletas Olímpicos (Confao). Depois de fazê-lo antes e depois do lançamento do novo órgão, a entidade enviou mais um comunicado oficial à imprensa declarando que o benefício é insuficiente para o esporte nacional. A primeira nota surgiu na véspera do lançamento do Confao, no dia 2 de fevereiro. Na ocasião, o COB ressaltou supostos benefícios que os clubes receberiam do investimento feito com os recursos públicos. De maneira categórica, a entidade relembrou os dois projetos aprovados por Minas Tênis Clube e Esporte Clube Pinheiros, membros do Confao, na Lei de Incentivo ao Esporte, que somam cerca de R$ 39,7 milhões. Na segunda nota, no dia 3 de fevereiro, após a primeira manifestação pública de apoio do Ministério do Esporte ao pedido dos clubes, o COB apenas reiterou os argumentos anteriormente apresentados. O documento desta quinta-feira, porém, apresenta, pela primeira vez, um tom conciliatório. Além de ressaltar seu posicionamento, o COB também se coloca à disposição do Ministério do Esporte para discutir o novo modelo de divisão. Vale ressaltar que, segundo o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ), o decreto de lei que deve ser entregue ao presidente Lula só terá validade caso o COB aceite ceder parte de sua porcentagem. Leia a íntegra da nota a seguir: O Comitê Olímpico Brasileiro reconhece, como sempre reconheceu, a import”ncia do papel dos clubes na formação de atletas, e entende a necessidade de maior captação de verbas por parte dos clubes brasileiros que investem em esportes olímpicos. A Lei Agnelo/Piva é fundamental para o desenvolvimento do esporte olímpico brasileiro e para o trabalho das Confederações Brasileiras Olímpicas. Mas ela não é suficiente, pois corresponde a apenas 1/3 das necessidades dos esportes olímpicos. O COB aguardará o convite do Ministério do Esporte para uma reunião na qual conhecerá a proposta do Ministério para auxiliar os clubes na obtenção de recursos públicos. Nossa preocupação é que a divisão dos recursos financeiros comprometa a execução dos programas das Confederações Brasileiras Olímpicas. O COB sempre estará ao lado das organizações na busca por recursos, como, por exemplo, a utilização de projetos com base na Lei de Incentivos Fiscais ao Esporte, que permite a captação de patrocínios. E reitera a necessidade de união e trabalho em prol do esporte para este setor continuar crescendo e se desenvolvendo no Brasil. Comitê Olímpico Brasileiro