Uma das maiores preocupações e dificuldades dos times de várzea é com a manutenção do jogo de uniformes da equipe. Com parcos recursos financeiros, essas equipes amadoras sempre têm um responsável por pegar o uniforme após a partida, levá-lo à lavanderia e reutilizá-lo no jogo seguinte. No futebol de alto rendimento, os grandes clubes não sofrem com o mesmo problema. Acordos milionários com fornecedores de material esportivo chegam a assegurar cerca de 5 mil jogos de camisas durante um ano para um clube. Pelo menos é isso que prevêem os acordos dos clubes de maior torcida do país. Além de um valor desembolsado em espécie pelas fabricantes, há um outro, que é calculado pela quantidade de uniformes cedida à equipe. Recentemente, porém, o Corinthians viveu uma situação inusitada. Em um determinado jogo do Campeonato Paulista, o clube usou o uniforme da coleção passada da Nike. Na época, a diretoria alvinegra alegou que, por “superstição”, havia adotado a antiga vestimenta. Mas o motivo era bem diferente. Neste ano, a Nike rompeu o acordo de produção de seus artigos com a fabricante Drastosa. Sem o fornecimento da fábrica, porém, a empresa de material esportivo não tem conseguido entregar novas peças a seus clientes. Sendo assim, o Corinthians ficou sem material para entrar em campo pelo Paulista. A situação não é ruim apenas no clube paulista. Produtos feitos no Brasil com a marca da multinacional estão começando a rarear nas lojas. Alguns lojistas reclamam, nos bastidores, da ausência dos artigos nacionais para vender, uma vez que os produtos importados não conseguem concorrer no preço. O Flamengo também sofre com a falta de uniformes. Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação da Nike afirmou que a empresa não se posicionaria a respeito do assunto. Ao jornal “Folha de S. Paulo”, a Nike negou haver qualquer problema com o fornecimento de material esportivo para o Corinthians.