O clube já era empresa antes da aprovação da Lei da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e não procura investidores. Com essas características bem próprias, o Cuiabá é mais um dos representantes da Série A do Brasileirão que já migrou para um modelo próprio de SAF após a aprovação da legislação em torno do tema, há um ano.
“A principal vantagem foi o benefício fiscal de pagar 5% de imposto sobre o que arrecadamos. Antes, o clube pagava em torno de 15%”, contou Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá, em entrevista à Máquina do Esporte.
“E também a possibilidade de fazer captação de recursos via lei de incentivo ao esporte. Estamos em cima da Secretaria Especial do Esporte [do Ministério da Cidadania] para que saia essa regulamentação”, acrescentou o dirigente.
“O Cuiabá é um clube muito bem administrado financeiramente e não tem necessidade de atrair investidores”
Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá
Um dos principais atrativos da SAF, que é a possibilidade de um clube de futebol atrair investidores, não está nos planos do Cuiabá.
“É uma das vantagens da SAF poder emitir títulos no mercado e captar dinheiro. Mas o Cuiabá é um clube muito bem administrado financeiramente e não tem necessidade de atrair investidores”, afirmou Dresch.
MT no mapa da bola
Com um desempenho surpreendente em seu primeiro ano na Série A do Brasileirão, o Cuiabá conseguiu não só se manter na primeira divisão como ainda se classificou para a Copa Sul-Americana.
Se já havia se tornado o primeiro clube do Mato Grosso a disputar o Brasileirão na era dos pontos corridos, o Cuiabá também obteve a façanha de ser o primeiro time do seu estado a participar de uma competição de clubes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
“É um milagre conseguir competir com clubes que arrecadam dez vezes mais do que a gente”
Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá
No torneio, o Cuiabá enfrentou a falta de experiência e adversários com mais tradição. O time mato-grossense não passou da terceira posição no Grupo B, que também tinha Melgar (Peru), Racing (Argentina) e River Plate (Uruguai).
Neste ano, o desafio permanece sendo a manutenção do clube na elite do Brasileirão. Atualmente, a equipe está no Z4, ocupando a 18ª posição.
“É um milagre todo dia conseguir competir com clubes que arrecadam dez vezes mais do que a gente”, destacou Dresch.
Apoio local
Se está distante de atrair patrocínio dos principais centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, o Cuiabá conta com apoio local. A Drebor, empresa ligada ao agronegócio, principal atividade econômica do Mato Grosso, é a patrocinadora máster do time.
O governo do estado também é parceiro comercial do Cuiabá, ocupando a barra traseira da camisa da equipe com uma mensagem de incentivo ao turismo (Conheça Mato Grosso).
Por fim, o Cuiabá também possibilitou que a Arena Pantanal, um dos estádios construídos para a Copa do Mundo de 2014, não se tornasse um elefante branco. Na primeira divisão, o time atrai, em média, 9.545 torcedores ao estádio no Brasileirão.
“O Cuiabá consegue divulgar o estado e a cidade. Nós pagamos o aluguel para utilizar o estádio, mas o governo nos incentiva a utilizá-lo. Nós também ajudamos na manutenção da arena”, finalizou o dirigente.