São muitas as marcas “patrocinadoras oficiais” da Copa do Mundo da Fifa Catar 2022. A expressão vai entre aspas mesmo porque, como já falamos aqui, a estrutura comercial da Fifa é, hoje, bastante sofisticada e prevê vários diferentes níveis de associação, tanto na amplitude de competições como no nível hierárquico, tiers e alcance geográfico.
Os acordos são de longa duração, ou longuíssima, como os de Coca-Cola e Adidas, dois dos mais antigos patrocínios da história. Os direitos são “amplos”, mas também restritos, muitas vezes fazendo com que as marcas e suas agências (especialmente as que entendem pouco sobre patrocínio) esbarrem frequentemente em limites contratuais, criados para delimitar territórios e evitar que patrocinadores acabem pisando nos dedos uns dos outros.
Além das marcas que estão hoje com a Fifa, você tem uma infinidade de outras disputando um pequeno pedaço de terra na mente dos consumidores: patrocinadores das seleções participantes, dos atletas que estarão em campo ou de lendas já consagradas, anunciantes que adquiriram cotas de publicidade das emissoras oficiais, marcas que compraram pacotes de mídia de veículos que farão a cobertura do evento, ou outras que fecharam projetos especiais de conteúdo junto a canais e influenciadores desse meio.
Mas você precisa ser um “patrocinador oficial” de alguma dessas coisas para falar de Copa do Mundo? A resposta para essa pergunta, claro, dependerá de para quem ela é feita.
Existem obviamente motivos pelos quais marcas não patrocinadoras decidem falar ou não sobre o tema futebol em um ano de Copa do Mundo, seja direta ou indiretamente. Sejam jurídicos, mercadológicos ou éticos, o motivo mais importante para essa decisão deveria passar obrigatoriamente por uma outra pergunta: como minha marca pode entrar no território do futebol de forma realmente relevante para o target dela?
Se você e seu time sabem que falar de Copa faz todo sentido para a marca que cuidam, e mesmo com a ajuda de sua agência criativa não consegue responder a essa pergunta, talvez seja hora de procurar um especialista. Por mais simples que essa sugestão possa parecer, contar com profissionais que sejam realmente capazes de propor ideias que conciliem criatividade, alto impacto e viabilidade dentro do universo esportivo é uma decisão que não somente te ajudará a evitar problemas legais e dilemas éticos como também fará muito bem à sua marca.
Felipe Soalheiro é diretor geral da Effect Sport São Paulo, fundador da SportBiz Consulting e escreve mensalmente na Máquina do Esporte