O Real Madrid espera recuperar os 94 milhões de euros (R$ 254 milhões) investidos na contratação de Cristiano Ronaldo, que será apresentado oficialmente nesta segunda-feira, em um ano e meio. Segundo cálculos do departamento de marketing do clube, o português irá gerar indiretamente 60 milhões de euros (R$ 162 milhões) anuais aos seus cofres, entre venda de camisas, publicidade e direitos de televisão. A conta ?bate? com o estudo feito pela Weber Shandwick Sport, agência internacional de marketing esportivo, que projetou os ganhos do Real Madrid nessas áreas em 124 milhões de euros (R$ 336 mi) por ano. A empresa, no entanto, também somou o valor gerado pelo brasileiro Kaká, que chegou a Madri na última terça-feira. Por contrato, o atacante irá ceder 50% de seus direitos de imagem ao clube. Essa, portanto, é uma das principais apostas do Real Madrid para capitalizar a passagem do melhor jogador do mundo em 2008 por seu elenco, assim como aconteceu com a primeira geração de ?galácticos?, no início da década. Em 2008, Ronaldo ganhou 15 milhões de euros (R$ 40 milhões) em publicidade, por intermédio dos acordos firmados com Nike e Clear, que vencem em 2010; e Banco Espírito Santo e Castrol, cujos términos estão previstos para 2011. Além disso, o português é acionista da marca de bebida isotônica Soccerade. De acordo com o diário ?AS?, outras duas empresas devem se juntar ao astro ainda neste ano, totalizando sete patrocinadores pessoais e aumentando seu faturamento para 20 milhões de euros (R$ 54 mi) anuais. O jogador ainda é dono da marca de roupas CR7. A exploração da grife, no entanto, é de total responsabilidade da família de Ronaldo. ?É um diamante bruto que ainda tem muito a ser polido?, afirmou José Angel Sánchez, diretor executivo do Real Madrid e tratado como ?guru? de mercado no clube da capital espanhola. No que se refere à venda de camisas, o objetivo é repetir, ou até mesmo superar, a façanha alcançada por David Beckham, que vendeu oito mil peças em menos de 24 horas após a sua apresentação. Durante a estada do inglês em Madri, a Adidas vendeu um milhão de camisas do clube ?merengue?. A fabricante de material esportivo tem papel importante na projeção de ganhos do Real Madrid. De olho na exposição de seus novos craques, o clube já iniciou as negociações para elevar seu contrato anual de patrocínio de 40 milhões (R$ 108 mi) para 70 milhões (R$ 189 mi) anuais. As outras empresas atreladas ao projeto madrileno ? Bwin e Audi ? também já foram contatadas. Outra fonte de renda que sofrerá o impacto da chegada de Cristiano Ronaldo será o mercado asiático. A meta é recuperar as turnês internacionais, que chegaram a representar 6% do faturamento na primeira “Era Florentino”. Durante esse período, os ganhos com marketing triplicaram, alcançando os 116 milhões de euros (R$ 314 mi) no fim de 2006. O otimismo de Florentino Pérez e companhia, porém, contrasta com a opinião de parte da imprensa internacional. Segundo o jornalista inglês John Carlin, falta carisma a Ronaldo em comparação com Beckham, o que dificultará a conquista da meta estabelecida pelo Real Madrid. ?O melhor investimento feito pelo Real Madrid em sua história foi David Beckham (…) O português não é tão querido, além de ser menos carismático, do que o inglês. Tem a seu favor o fato de ser melhor jogador, mas sai perdendo nos outros quesitos. Ele precisa aprender com Beckham a ser mais cavalheiro e, assim, se tornar um personagem mais atrativo?, disse Carlin ao ?AS?.