A Dorna Sports, gestora da MotoGP, assinou um memorando com o governo da Arábia Saudita para que a modalidade possa desembarcar em breve na nação do Oriente Médio. O acordo foi firmado entre a empresa espanhola e a estatal Saud Motorsport Company.
Por enquanto, ainda não foi divulgado quando esse Grande Prêmio da Arábia Saudita entrará no calendário da MotoGP. A parceria contempla dois movimentos estratégicos. Do lado da Dorna Sports, reforça a expansão global da modalidade, que deve se juntar a outras competições importantes de esporte a motor (ou elétricas) que já marcam presença no país árabe. São os casos de Fórmula E, Fórmula 1, Rally Dakar e Extreme E.
“Como um campeonato global, estamos muito satisfeitos com esta oportunidade para a MotoGP expandir seu alcance dentro do Oriente Médio, adicionando um grande prêmio anual na Arábia Saudita. A região é um mercado-chave para os esportes a motor”, afirmou Carmelo Ezpeleta, diretor geral da Dorna Sports.
Reduzir dependência do petróleo
Já pelo lado da Arábia Saudita, a chegada da MotoGP consolida ainda mais a posição do país como destino de grandes eventos esportivos. Oficialmente, esse movimento é tratado pelo governo saudita como uma forma de fortalecer a economia do país, tornando-a menos dependente das exportações de petróleo.
Por esse motivo, a Arábia Saudita fechou com grandes competições internacionais, como a Fórmula 1, que chegou em 2021. O país tem investido forte no golfe e também comprou o Newcastle, tradicional clube da Premier League.
A Arábia Saudita sediará os Jogos Mundiais de Esportes de Combate em 2023 e já foi escolhida para ser anfitriã dos Jogos Asiáticos de 2034. Mas os planos vão além e incluem receber os Jogos Olímpicos de 2036.
Violações aos direitos humanos
Justificado em termos econômicos, o movimento saudita de abocanhar grandes competições também encontra muitos críticos ferozes. A Arábia Saudita é acusada de realizar “lavagem esportiva”, usando o esporte para distrair o restante do planeta em relação a violações de direitos humanos praticadas pelo governo, que é comandado por uma monarquia absolutista, incluindo a guerra no Iêmen, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e a opressão de mulheres e grupos LGBTQIAP+, assim como a suposta tortura e desaparecimento de ativistas.
Apesar das críticas, o governo da Arábia Saudita comemorou a mais nova parceria na área esportiva.
“Faz muito sentido adicionar o melhor campeonato de motovelocidade do mundo à nossa crescente lista de eventos de corrida de classe mundial”, resumiu o príncipe Khalid Bin Sultan Al Abdullah Al-Faisal.