A edição 2009 da Copa Kia do Brasil atingiu uma marca histórica de exposição na mídia. Somado, o tempo da competição na mídia durante os 262 jogos transmitidos gerou o equivalente a R$ 1.132.837.000,00, segundo levantamento feito pelo instituto de pesquisas Informídia. O levantamento cronometra o tempo de aparição de cada jogo transmitido, ao vivo ou em VT, em rede aberta ou fechada, e avalia o custo desse espaço de acordo com as tabelas de mídia das emissoras de TV para o horário ? não são considerados os descontos. Impulsionada pelo bom desempenho do campeão Corinthians e pela presença de Ronaldo, a Copa Kia do Brasil teve 464 horas de transmissão em 2009. No total, a competição foi vista por 39.144.000 pessoas. Os dados foram aferidos em levantamento encomendado pela Traffic, empresa de marketing esportivo que comercializa cotas de publicidade da Copa Kia do Brasil – o naming right, por exemplo, é uma propriedade da cota de title sponsor. A agência ainda fez um filtro de dez jogos, definidos por critérios dela, para mostrar aos patrocinadores um relatório de resultados dos aportes. Os dez jogos escolhidos foram, na visão da Traffic, os oito melhores e os dois piores entre os que foram veiculados pela TV aberta. Nesse grupo (a lista completa não foi revelada, mas há seis partidas do Corinthians), a audiência média para São Paulo chegou a 40 pontos (33 da Globo e 7 da Band). ?A campanha do Corinthians, que é um time popular, e a participação do Ronaldo tiveram grande influência nisso. No jogo contra o Itumbiara, por exemplo, mesmo as pessoas que torcem para outros times queriam ver a estreia dele. Foi um evento que potencializou muito a competição?, avaliou Eduardo Barrieu, diretor de marketing e comercial da Traffic. A pesquisa que a empresa apresentou aos patrocinadores da Copa Kia do Brasil apontou um retorno de 12 vezes sobre o valor investido por publicidade estática na competição. Para o diretor da Traffic, esse número confirma a import”ncia que a mídia exerce sobre o aporte de capital no segmento: ?Essa percepção já existia, mas a crise acentuou o cenário. Hoje em dia, é fundamental pensar na exposição da marca?. Dividida em seis fases, a Copa do Brasil reúne 64 equipes que representam todos os Estados do Brasil. Portanto, o torneio consegue concatenar a audiência e a repercussão dos grandes jogos com a participação de clubes regionalizados. ?Isso cria possibilidades diferentes para os patrocínios. Você pode trabalhar a marca em um sentido global, mas também chega a lugares mais distantes?, lembrou Barrieu. Ao mesmo tempo em que impulsionou os números de 2009, porém, o desempenho esportivo pode ser um inimigo na próxima temporada. O Corinthians, por ter ficado com o título, disputará a Copa Libertadores e não participará da competição nacional. Atualmente, a classificação do Campeonato Brasileiro também tiraria Palmeiras, Goiás, Atlético-MG e Internacional do torneio brasileiro. O cenário é ainda mais preocupante devido aos números deste ano. A TV Globo, por exemplo, priorizou a Copa do Brasil e a presença de Ronaldo no Corinthians em detrimento de partidas da Libertadores. O último jogo que a emissora carioca mostrou do São Paulo no torneio continental era válido ainda pela primeira fase. Em 2010, com o Corinthians e Ronaldo na Libertadores, espera-se um movimento contrário. ?É claro que a presença de clubes mais populares sempre ajuda, mas não temos como fazer esse desenho agora. Vamos aguardar o fim do Campeonato Brasileiro e ver como as coisas vão ficar?, finalizou o diretor da Traffic.