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A força cada vez maior das franquias norte-americanas

NFL e NBA demonstram cada vez mais poderio no mercado, enquanto a MLS, por exemplo, já coloca 19 equipes na lista dos 50 clubes de futebol mais valiosos do mundo

Inter Miami, de Lionel Messi e Luis Suárez, já vale mais do que US$ 1 bilhão, segundo a Forbes - Reprodução / X (@InterMiamiCF)

Nos últimos anos, os valores das franquias esportivas no mundo tornaram-se um assunto recorrente e atrativo na imprensa, no mercado e entre os fãs. Os relatórios anuais de Forbes, Statista, Sportico e outros estudos renomados internacionalmente fomentam os debates e servem de referência para as análises do mercado financeiro.

As recentes vendas do Boston Celtics por US$ 6 bilhões e o anúncio do acordo, ainda não oficializado, da venda do Los Angeles Lakers reaqueceram as discussões em torno da escalada de valorização dos ativos esportivos nos EUA e da migração de investimentos para clubes do futebol europeu e do Brasil, cujos ativos estão atrativos.

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Dois rankings das franquias esportivas mais valiosas do mundo no último ano destacam a força do mercado norte-americano. Segundo a lista da Forbes, entre as 50 franquias mais valiosas do mundo, 29 são da NFL, 12 da NBA e apenas 7 do futebol, sendo 3 da Premier League, 2 da LaLiga, 1 da Bundesliga e 1 da Ligue 1. A liderança continua com o Dallas Cowboys (NFL), avaliado em US$ 10,1 bilhões, seguido pelo Golden State Warriors (NBA) (US$ 8,8 bilhões), Los Angeles Rams (NFL) (US$ 7,6 bilhões), New York Yankees (MLB) (US$ 7,55 bilhões) e New York Knicks (NBA) (US$ 7,5 bilhões).

A outra lista com os 50 clubes de futebol mais valiosos do mundo surpreende pelo fato da liga norte-americana, a MLS, ter 19 franquias na lista, liderando o número de times à frente da Premier League, que possui 14 clubes. Apesar do valor médio das franquias da MLS ser menor que as equipes da Premier League, vale destacar o rápido avanço do futebol nos EUA.

Segundo a Forbes, três franquias já ultrapassaram o valor de US$ 1 bilhão: Los Angeles FC, Inter Miami e Los Angeles Galaxy. Considerando-se o câmbio do dólar e o ranking dos times brasileiros em 2025, esses três clubes ultrapassaram o valor do Flamengo, estimado em R$ 4,9 bilhões. Aos olhos dos brasileiros, algo inimaginável pela força da torcida rubro-negra no país do futebol.

Curiosidades

  • A média do valor das franquias da NBA atingiu US$ 4,4 bilhões, um aumento de 15% em relação a 2023 e 596% desde 2014.
  • O Los Angeles Lakers está avaliado em US$ 7,1 bilhões, porém as negociações envolvendo a família Buss e o investidor Mark Walter foram anunciadas com o valor da franquia projetado em US$ 10 bilhões.
  • Entre as cinco ligas de maior faturamento anual no mundo, quatro são dos EUA: NFL, MLB, NBA e NHL. A intrusa é a Premier League. Não foram inclusos a Federação Internacional de Futebol (Fifa) e o Comitê Olímpico Internacional (COI) nesse estudo.
  • O Inter Miami, da MLS, deve faturar US$ 180 milhões neste ano, enquanto a franquia está avaliada em US$ 1,2 bilhão. A receita anual é menor que as de Flamengo, Palmeiras e Corinthians, mas o clube já vale mais.
  • Relatórios apontaram que apenas seis clubes brasileiros obtiveram lucro em 2024: Palmeiras, Cuiabá, Grêmio, Red Bull Bragantino, Athletico-PR e Fluminense. Muito pouco. E vale dizer que resultado financeiro contribui diretamente para a valorização do clube e dos ativos no mercado.

WNBA

A liga norte-americana de basquete feminino aprovou em 2025 a expansão com três novas franquias: Detroit, Philadelphia e Cleveland. Cada franquia foi vendida por US$ 250 milhões, cinco vezes o valor pago pelo Golden State Valkyries em 2023.

Esse crescimento acelerado coloca o preço médio das franquias da WNBA em US$ 269 milhões. Na primeira temporada, as Valkyries devem faturar US$ 70 milhões e foram avaliadas em US$ 500 milhões, acima da maioria dos clubes de futebol no Brasil.

SAF no esporte especializado

Não há dados financeiros e econômicos sobre os times dos esportes especializados no Brasil, principalmente das três maiores ligas: NBB (basquete), Superliga (vôlei) e LNF (futsal). Estudos poderiam contribuir para atrair investidores e fortalecer o negócio, estimulando a transformação e o desenvolvimento do ecossistema dessas modalidades.

Poucos projetos têm uma gestão voltada para resultados financeiros, além dos esportivos. Vale citar o Magnus Futsal e o Vôlei Renata. No NBB, iniciativas surgiram com projetos nesse caminho, como o Basquete Brasília e o Mogi das Cruzes Basquete. A ampliação da Lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) para essas modalidades seria um ótimo estímulo.

Alvaro Cotta é diretor de marketing da Liga Nacional de Basquete (LNB)

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