O plano de expansão da F1 por parte da Liberty Media reposicionou o esporte a motor nos últimos anos. A série documental “Drive to Survive” humanizou os pilotos e chefes de equipe e é a face mais visível do esforço do grupo americano em repaginar a categoria rainha, de modo a conservar seu glamour e tradição ao mesmo tempo em que busca sintonia nas plataformas digitais com a Geração Millennial.
A resposta do mercado foi convincente e, não por acaso, a temporada 2023 terá nada menos que três provas nos Estados Unidos. Além do Circuito das Américas no Texas, Miami repetirá a prova de rua que estreou no ano passado e Las Vegas retornará ao calendário depois de décadas, também com um circuito urbano.
A bandeira com estrelas e listras também voltará ao grid com um piloto titular. Logan Sargeant fará sua estreia com um dos carros da Williams depois de assegurar “aos 45 minutos do segundo tempo” os pontos necessários para obtenção da superlicença.
Nesta quinta-feira (5), foi a vez de Michael Andretti reafirmar seu intento de retornar à categoria. O ex-companheiro de Ayrton Senna na McLaren hoje é CEO da Andretti Global, organização presente em diversas categorias de primeira linha no esporte a motor, como Indycar, Fórmula E e IMSA.
Andretti tratou de amarrar uma parceria com a General Motors (GM) e espera entrar com sua equipe em parceria com a marca Cadillac em 2026, quando são esperadas mudanças no grid da F1.
Faz todo sentido para a F1 moderna ter mais de 20 carros.
O negócio cresceu sob gestão da Liberty Media e atualmente comporta muito mais que uma dezena de equipes. Há patrocinadores dispostos a encampar o projeto, e o mercado de pilotos há algum tempo opera no “overbook”, vide casos como o de Oscar Piastri, que precisou ficar um ano na garagem depois de ganhar os campeonatos de F3 e F2 em sequência, ou dos brasileiros Felipe Drugovich, atual campeão da F2 e que teve de se contentar com uma vaga como reserva na Aston Martin, e Pietro Fittipaldi, há algumas temporadas na figura de suplente da Haas mesmo tendo provado seu valor quando surgiram oportunidades.
Entre os big players da indústria automotiva, não é apenas a GM, com Michael Andretti, que vislumbra um lugar no grid mais seleto do mundo.
A Audi se acertou com a Sauber e já tem detalhado um plano para ser executado na F1 a partir de 2026.
A Porsche, por sua vez, revelou recentemente ter chegado a um acordo verbal com a Red Bull, mas o negócio naufragou na reta final por divergências sobre a natureza 50/50 da parceria.
Como esporte, como show e como business, seria ótimo para a F1 ter mais carros competindo.
Luis Ferrari é CEO da Ferrari Promo e escreve mensalmente na Máquina do Esporte sobre esporte a motor