Ainda falta um longo mês para os carros mais cobiçados do planeta acelerarem no teste oficial no Bahrein, mas já é possível falar que a temporada da Fórmula 1 em 2025 promete demais.
São inúmeros os fatores de apelo. No caso brasileiro, vale uma menção especial ao retorno da bandeira verde e amarela a um assento titular da categoria com Gabriel Bortoleto.
Mas comecemos por um “brasileiro honorário”. Sim, estamos falando do heptacampeão mundial Lewis Hamilton, que deve ir para a pista nesta quarta-feira (22) pela primeira vez como piloto da Ferrari.
Não é pouca coisa. Há mais ou menos um ano, analisei a troca da Mercedes pela equipe de Maranello como uma oportunidade do britânico transcender o universo do esporte a motor e ficar sozinho no pináculo de melhor da história em todos os tempos, posto que foi do argentino Juan Manuel Fangio por décadas, até surgirem, mais tarde, nomes como Ayrton Senna e Michael Schumacher.
O primeiro contato de Hamilton com a Ferrari, na última segunda-feira (20), gerou imagens marcantes e foi habilmente analisado, do ponto de vista de marketing, por Rafael Lopes, comentarista de esporte a motor do Grupo Globo. Recomendo a leitura no Blog Voando Baixo.
É claro que, quando rugirem os motores, o desafio do britânico nos bólidos vermelhos será tremendo, a começar por um motivadíssimo Charles Leclerc, que vem há temporadas construindo sua carreira na Ferrari e cresceu muito depois da chegada do francês Fred Vasseur, com quem havia trabalhado na Alfa Romeo.
Recém-coroado tetracampeão pela Red Bull, Max Verstappen deverá ter pela frente a concorrência mais acirrada da atual década. Cabe lembrar a evolução da McLaren durante 2024 (não por acaso, a equipe rubro-taurina acabou o campeonato de construtores apenas em terceiro lugar, atrás também da Ferrari).
Assim não é absurdo afirmar que, a despeito do domínio iniciado em 2021, o conjunto Verstappen e Red Bull não abre a temporada 2025 como franco favorito.
Então se impõe a pergunta: mas quem desponta como principal candidato ao título? O já citado Leclerc? Hamilton motivado pela chance de entrar ainda mais para a história? George Russell, agora com a incumbência de liderar a laureada equipe Mercedes?
Sem muita convicção, eu apostaria na dupla da McLaren.
É verdade que Lando Norris foi o concorrente de Verstappen e lutou pelo título em 2024, mas o australiano Oscar Piastri foi muitas vezes mais espetacular que seu companheiro, mostrando inclusive mais combatividade na pista.
Nas equipes de miolo de pelotão, o panorama também desponta animado para 2025. Com o infame retorno de Flavio Briatore do seu banimento eterno da F1, o cenário na Alpine merece atenção. O estreante australiano Jack Doohan já ingressa no grid pressionado pela sombra do argentino Franco Colapinto, contratado como reserva da equipe francesa.
Doohan, aliás, é apenas um dos seis pilotos ainda sem uma temporada completa no currículo. São 30% de “caras novas” no grid da F1 em 2025. Além dele e do também já citado Gabriel Bortoleto (Sauber), a lista conta com o prodígio italiano Andrea Kimi Antonelli (na vaga que era de Hamilton na poderosa Mercedes), Oliver Bearman (Haas), Isack Hadjar (Racing Bulls) e o neo-zelandês Liam Lawson, alçado a novo companheiro de Verstappen após disputar apenas 11 GPs.
E temos ainda competidores da velha guarda sempre dispostos a mostrar que ainda há lenha para queimar. Fernando Alonso certamente inicia mais uma temporada extremamente motivado na Aston Martin, depois da contratação de Adrian Newey, apontado como o melhor projetista da F1 em todos os tempos. E Carlos Sainz terá a missão de dar sequência à retomada da Williams, credenciado pela experiência como piloto do programa Red Bull e anos como titular na McLaren e na Ferrari.
Luis Ferrari é sócio-fundador da Ferrari Promo, agência-boutique com ênfase no mercado do esporte a motor, e possui formações em Jornalismo e Direito, extensão universitária em Marketing e pós-graduação em Jornalismo Literário, além de ser empresário de relações públicas e diretor de marketing e comunicação do Club Athletico Paulistano. Ele escreve mensalmente na Máquina do Esporte