Volto neste mês já com uma perspectiva muito maior do que se imaginava e vendo que houve uma evolução muito maior do que se poderia prever. E aí, não estamos falando apenas aqui no Brasil, mas também em outras partes do mundo.
No início do ano, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, deu uma “bronca pública” nas emissoras de alguns dos principais mercados europeus que tinham apresentado propostas extremamente baixas pelos direitos da Copa do Mundo Feminina. Ele chegou a dizer que preferiria deixar mercados como Inglaterra, França e Alemanha sem exibição do torneio, do que vender por valores abaixo do que ele considerava minimamente aceitável para estes mercados. Se comparados aos valores pagos pela Copa do Mundo Masculina, os valores eram realmente irrisórios.
A bronca parece ter dado certo porque, além destes mercados importantes, outros países tiveram acordos confirmados dias antes do início do torneio. O evento está sendo exibido em mais de 200 países, por meio de acordos com 130 plataformas de mídia (TVs abertas, pagas, plataformas de streaming, etc.). No Brasil, os jogos estão sendo transmitidos por TV Globo (TV aberta), Sportv (TV fechada) e Cazé TV (YouTube e Twitch), além do Fifa+, aplicativo da entidade máxima do futebol que está disponível nas lojas de aplicativos para telefones celulares, tablets e TVs conectadas.
Há cerca de dez dias, a Máquina do Esporte publicou esta brilhante reportagem mostrando a evolução da Copa do Mundo Feminina, um histórico superdetalhado desde a primeira edição, em 1991, até a deste ano. É impressionante saber as dificuldades enfrentadas nas primeiras edições do torneio e a diferença para a rápida evolução que ocorreu entre o evento de 2019 e o de 2023.
Nesta outra matéria, a Máquina do Esporte detalhou a quantidade de marcas envolvidas com as transmissões do evento. Não entro aqui no mérito dos valores pagos por cada uma delas, nem qual plataforma cada uma destas marcas está apoiando, mas é preciso comemorar o fato de termos, hoje, quase 30 marcas diretamente envolvidas com as transmissões do Mundial Feminino no mercado brasileiro.
Vale ainda lembrar que, além das marcas envolvidas nas transmissões, também temos outras que apoiam a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com foco no futebol feminino e aquelas que realizam patrocínios pessoais às jogadoras, as quais, de alguma forma, estão ativando estes patrocínios de forma mais ampla e objetiva, deixando evidente que o futebol feminino tem, neste momento, um apoio muito maior do que já teve no passado.
Mas, para uma evolução constante, o apoio e a exposição devem se manter constantes no período entre Copas do Mundo, em que teremos campeonatos regionais, nacionais e internacionais que merecem e precisam deste apoio também.
Evandro Figueira é vice-presidente da IMG Media no Brasil e escreve mensalmente na Máquina do Esporte