Na última sexta-feira (24), o futebol brasileiro foi surpreendido positivamente com o anúncio de Marcelo como novo jogador do Fluminense. Um dos grandes nomes do futebol mundial, afinal estamos falando de um dos maiores laterais-esquerdos que o mundo já viu e o atleta com o maior número de títulos na história do Real Madrid.
Marcelo representa muito esportivamente. Bola, ele tem de sobra pra ser lateral, meia, o que ele quiser. É, sem dúvida, mais uma daquelas contratações que chegam para engrandecer o futebol brasileiro. Se junta a nomes como Luis Suárez, David Luiz, Arturo Vidal e Hulk.
Antes de entrar no tema principal da coluna, queria destacar o trabalho excepcional que o clube realizou na divulgação da contratação de forma surpreendente, sem qualquer tipo de furo ou publicação prévia por qualquer jornalista ou influenciador. Pegou todo mundo de surpresa e fez com que os canais oficiais do clube bombassem, como bem destacou a Máquina do Esporte.
Segundo a Samba Digital, da sexta-feira (24) a segunda-feira (27), o Fluminense teve 6,3 milhões de interações no Instagram e incríveis 139% de taxa de engajamento. Das dez principais publicações do Instagram no período, cinco com mais interações, ou seja, mais likes e comentários, foram do Fluminense. O anúncio oficial alcançou 1,9 milhão de interações, três vezes mais que a segunda postagem, que foi do Corinthians.
Aqui, porém, o foco é falar de negócios e o que representa a chegada de Marcelo ao futebol brasileiro fora de campo.
O Fluminense ganha um belo ativo para maximizar os ganhos com patrocinadores e iniciativas digitais. Para se ter uma ideia, somente no Instagram @marcelotwelve são 62 milhões de seguidores. Isso é mais do que a soma de todos os clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, que totalizam 54 milhões somados na plataforma. Sendo que, no caso dos clubes, há muitos torcedores que seguem mais de um, o que deixa claro que esse número é ainda mais inferior se comparado com o lateral.
Marcelo chega para assumir a liderança de atleta em atividade no futebol brasileiro com mais seguidores nas redes sociais quando o assunto é Instagram. Ele assume a ponta que antes era do também recém-chegado Luis Suárez, do Grêmio, com 46,7 milhões. David Luiz, do Flamengo, é o terceiro, com 23,6 milhões.
Vale destacar que o número de seguidores não quer dizer muita coisa, visto que, dos 62 milhões de seguidores, apenas 27% são do Brasil, o que representa quase 17 milhões de brasileiros seguindo o camisa 12. A taxa de engajamento do lateral está batendo 0,76%, mas é claro que, quanto mais seguidores, mais difícil de se manter a taxa de engajamento alta.
Além das redes sociais, a chegada de Marcelo vem para consolidar o mercado de influência junto a atletas. Marcelo é atualmente garoto-propaganda da Adidas e da SportingBet, mas já fez campanha para diversas marcas, como Oakley, Kenner e Pepsi, entre outras.
Cada vez mais o mercado publicitário está enxergando os atletas como ponte de contato com o consumidor final. Em alguns casos, as marcas fazem contas sobre se vale investir milhões em determinado clube ao invés de pegar um pool de atletas que conseguem tangibilizar mais a entrega daquele produto ou serviço.
Recentemente, tivemos aqui na agência campanhas com Pedro Raul no Rio Open com a Claro, Germán Cano com Betano, Diego Ribas com Gillette e David Luiz com BC.Game, entre outras.
Por fim, o novo lateral tricolor também é sócio da Agência Doze e de uma barbearia no Rio de Janeiro. E, para fechar esse ciclo relacionado a negócios, está nos planos do atleta a aquisição de um clube no Brasil para potencializar as atividades dentro e fora de campo. Assim como fez com o Azuriz-PR, que quase chegou a disputar as oitavas de final da Copa do Brasil, caindo uma fase antes, nos pênaltis, para o Bahia.
Por tudo isso, é realmente fácil dizer que Marcelo 12 é, certamente, uma grande contratação do Fluminense para dentro e, principalmente, para fora de campo.
Bernardo Pontes, executivo de marketing com passagens por clubes como Fluminense, Vasco, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo, é sócio da Alob Sports, agência especializada em conectar atletas e personalidades esportivas a marcas, também sócio da BP Sports, agência com foco em intermediação e ativação no esporte, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte