A volta de apresentação já ficou para trás, e a temporada 2022 do esporte a motor no Brasil e no mundo está oficialmente em seus movimentos iniciais.
A começar pela categoria rainha, que realizou no Bahrein uma etapa de abertura formidável. Ponto para a Ferrari, de volta ao topo em grande estilo. Pole position e vitória para Charles Leclerc, que só deixou de liderar duas voltas, justamente quando Carlos Sainz esteve na frente. É verdade que o Brasil segue fora do grid, com a preferência da Haas pelo veterano Kevin Magnussen em detrimento de Pietro Fittipaldi, mas no tanque de combustível da maior escuderia do planeta, catapultando os carros vermelhos rumo à dobradinha do Bahrein e de volta ao protagonismo está o etanol de segunda geração produzido pela Raízen.
No ano passado, a marca adquiriu uma cota de patrocínio no GP São Paulo de F1, quando foi anunciado o uso do etanol brasileiro pela Scuderia Ferrari no marco do novo regulamento da categoria máxima do esporte a motor. Agora, com os carros vermelhos de volta ao protagonismo, pode ser uma vitrine espetacular de ativação para o produto em escala global.
Na Indycar, a temporada começou também com belas novidades. O neozelandês Scott McLaughlin venceu pela primeira vez na carreira em St Pete. Depois, Jimmie Johnson foi destaque no oval do Texas. Dois pilotos forjados em categorias de Stock Car (na Austrália e na Nascar, respectivamente) se destacando no maior evento de monopostos das Américas favorece a expansão da base de fãs da Indy, tanto dentro do mercado americano quanto no cenário internacional.
A Stock Car Brasil também iniciou o ano com força e agora promete engatar uma etapa ainda mais atraente no GP do Galeão. A luz de alerta porém, foi acesa na categoria de acesso, rebatizada como Stock Series e com apenas sete carros no grid em Goiânia, quando a prova de domingo ainda por cima foi marcada para o horário conflitante com o GP de F1 no Bahrein.
Com 26 carros novíssimos recém-desembarcados da Alemanha e naming rights vendido para C6 Bank e Mastercard, a Porsche Cup mostrou na pré-temporada que terá mais um ano sensacional pela frente, começando em Goiânia no primeiro fim de semana de abril.
A Sprint Race, mais uma vez com grid cheio e em eventos compartilhados com a Copa Truck, segue em viés de alta graças a um pacote de mídia cada vez mais atraente.
Por fim, nas categorias internacionais de base, o talento brasileiro segue mostrando que tem muito pneu para queimar. O prodígio pernambucano Rafa Câmara, integrante da Academia da Ferrari, foi o nome da F4 nos Emirados Árabes Unidos no início do ano. Ele testa para a F4 Italiana e terá a companhia de Emmo Fittipaldi Jr no grid. No degrau seguinte, a Fórmula 3 Regional Europeia (FRECA), Gabriel Bortoletto liderou testes de pré-temporada, com Dudu Barrichello em quarto.
Nas categorias suporte da F1, é fato que o trio brasileiro composto por Caio Collet (F3), Felipe Drugovich e Enzo Fittipaldi (F2) não conseguiu entregar os melhores resultados possíveis. Mas todos eles, em algum momento do fim de semana, ocuparam posições de destaque, sinal de que “encaixando” melhor os momentos-chave ao longo do ano, poderão fazer a bandeira verde e amarela tremular no alto do pódio.
Luís Ferrari é CEO da Ferrari Promo e escreve mensalmente na Máquina do Esporte sobre o esporte a motor