A essa altura você já sabe muito bem o que são NFTs e talvez esteja até cansado de ouvir falar de tantos projetos com a tecnologia, quase sempre trazendo mais do mesmo. Então, pulemos as explicações técnicas para ir direto para o case escolhido por vocês como tema central da coluna deste mês, que mostra como NFTs no esporte podem ser muito mais do que simples arquivos digitais colecionáveis de propriedade individual.
The Football Company é uma startup alemã, que tem como CEO e cofundador a figura enigmática do croata Ante Kristo. Sim, é este o nome de uma das mentes por trás de um dos projetos mais inovadores do momento no esporte.
Fundada há menos de um ano, a empresa tem como seu principal produto uma plataforma de nome parecido: The Football Club. Ou, simplesmente, TFC (disponível para Android e iOS). Nas palavras de Ante Kristo, o TFC é “o primeiro game de futebol na blockchain, baseado em app, que torna o mundo NFT facilmente acessível para todos, com ou sem conhecimento do universo cripto”. Seu grande diferencial é o foco em “merch” virtual (produtos oficiais de vestuário, por falta de uma tradução melhor), permitindo que ligas, times e marcas esportivas ou de lifestyle possam alcançar um público inexplorado de fãs.
Conheci o projeto recentemente e fiquei bastante impressionado com sua multidimensionalidade. Por meio do app, você tem acesso a uma plataforma que combina avatares ultrapersonalizados em AR, fantasy games, marketplace, carteira virtual e NFTs, com uma pegada forte de lifestyle do futebol.
Um grande mérito do TFC é se antecipar a um conceito amplamente abraçado pelos entusiastas do metaverso, em que o “merch“ virtual em NFTs é visto como uma indústria potencial de bilhões de dólares. Se hoje milhões de gamers em todo o mundo já estão habituados a usar dinheiro real para comprar V-Bucks ou FIFA Coins, e assim adquirem skins e itens especiais para seus personagens no Fortnite ou sua equipe no FIFA Ultimate Team, imagine o potencial por trás de séries e séries de itens colecionáveis exclusivos, com tiragem limitada, de propriedade única e com valor de revenda, e que poderão ser transportados e utilizados em múltiplas plataformas, de games diversos a universos virtuais como o Horizon Worlds, a grande aposta da Meta para os próximos anos.
Em suma, não importa se no Fortnite, no FIFA ou no HW, seu avatar virtual poderá utilizar como skin em todas elas aquela sua camisa retrô favorita: trata-se de um NFT de tiragem limitada que você comprou, que é unicamente de sua propriedade e que você poderá transportar de uma plataforma para outra a seu critério.
Ante e seus sócios estão sabendo se posicionar muito bem nesse tabuleiro, já tendo estabelecidos acordos de licenciamento relevantes, o mais notório deles com as duas principais divisões da Bundesliga. Ter acesso a um IP tão relevante de maneira oficial permite a eles desenvolver uma série de desafios atrelados às partidas de cada rodada, premiando os melhores colocados em coins, que podem ser utilizados para a compra de novos itens virtuais, sempre em edições limitadas e infungíveis, para customizar seu avatar e diferenciá-lo dos demais usuários. Cansou do seu moletom virtual oficial do Bayern, com design criado em uma collab com um estúdio real “super hypado“ de Amsterdã, de tiragem limitadíssima de cinco unidades? Sem problema, você pode revendê-lo para outro usuário, por um valor muito superior do que pagou por ele.
Há previsões de que o mercado de NFTs movimente até US$ 75 bilhões em 2025, contra os US$ 14 bilhões atuais. Grande parte deste crescimento certamente será impulsionado pelo boom dos produtos esportivos em NFT. Com a maior base de fãs que qualquer outro esporte, não há dúvidas de que futebol e NFTs se tornarão cada vez mais uma combinação muito atraente neste mercado.
Para conhecer mais sobre o TFC, visite o site. E não deixe de baixar o app e se inscrever. Estou lá como FSoalheiro.
O case da próxima coluna, claro, será novamente escolhido por vocês. Convido a todos para me seguirem no LinkedIn, onde vou sempre dividir três opções de cases inovadores, que mostram que o futuro do esporte já está mais do que presente no nosso mercado. O mais votado vira tema central aqui, no mês que vem.
Felipe Soalheiro é fundador da SportBiz Consulting (www.sportbizconsulting.com), em que atua conectando marcas ao seu público por meio do esporte, tendo inovação e criatividade como foco, e escreve mensalmente na Máquina do Esporte