O que torna uma vitória diferente da outra? Uma virada espetacular? Um homem a menos em campo? Um jogador de linha pegando no gol? Acredito que são vários os fatores para que cada enredo seja especial. Agora, quando falamos em recordes batidos, creio que essas partidas só ficam atrás de uma comemoração de título, concordam?
Na semana passada, tivemos três bons exemplos de times brasileiros fazendo história. E quando falo de “time”, gosto sempre de incluir o papel da torcida. Afinal, quem nasceu primeiro: o apoio do torcedor ou a performance esportiva?
A começar pelo Palmeiras, que, ao vencer o Deportivo Táchira por 4×1, garantiu a melhor campanha (18 pontos em 18 possíveis) e o melhor ataque (25 gols) da história da primeira fase da Libertadores. Parece que o Verdão está mais focado do que nunca em bater outro recorde: conquistar sua quarta taça na Libertadores, a terceira seguida, algo inédito entre clubes brasileiros.
Não menos importante, tivemos a inédita conquista do Fortaleza, passando para a fase de mata-mata na mesma competição. O Tricolor do Pici já havia realizado um feito expressivo no ano passado ao ser o primeiro time do Nordeste a se classificar para a Libertadores pelo Brasileirão de pontos corridos. Agora, também é o primeiro clube da mesma região a avançar desde a criação da fase de grupos. Tudo parecia perdido com um início de campanha ruim, mas os 10 pontos conquistados nas últimas quatro partidas fizeram o Leão renascer em um grupo que ainda tinha River Plate, Alianza Lima e Colo-Colo.
Por fim, o Ceará, ao vencer o Independiente, em Avellaneda, por 2 a 0, tornou-se o primeiro time do Nordeste a triunfar na Argentina e de quebra garantiu a melhor campanha na fase de grupos da Sul-Americana (6 vitórias em 6 jogos), sendo a única equipe da história a ganhar todas as partidas. Foram 17 gols a favor e apenas um sofrido.
Muitos números em uma só semana, não é mesmo? E quais as consequências desses recordes? Coincidência ou não, há alguns meses escrevi um artigo mencionando o número de sócios no programa do Palmeiras (Avanti), 40 e poucos mil. Hoje, estamos em quase 70 mil. Fortaleza (Sócio Fortaleza) e Ceará (Sócio Vozão) também cresceram muito e estão com cerca de 44 mil e 47 mil, respectivamente, reservando definitivamente seus lugares entre os maiores do Brasil.
Se analisarmos os acontecimentos em paralelo, poderíamos dizer que o número de sócios desses clubes aumentou devido à sua incrível performance esportiva. No entanto, o time só teve êxito, em partes, por conta de todo o apoio dos seus torcedores nos jogos em casa, fora, nos treinos e nas redes sociais. E aí, quem veio primeiro?
Deixo essa pergunta “do ovo ou da galinha” para vocês responderem, sem deixar de relembrar alguns pontos. Conquistas importantes, seja em qual área for, só aparecem com planejamento a longo prazo, integrando ativos dentro e fora de campo. E o seu clube do coração, como está se estruturando?
Até a próxima!
Reginaldo Diniz é cofundador e CEO do Grupo End to End e escreve mensalmente na Máquina do Esporte