Como de costume, apresentarei neste artigo alguns dados um pouco assustadores à primeira vista, que talvez até alguns já conheçam, mas é preciso contextualizá-los com a infeliz realidade do esporte brasileiro para que possamos avançar na leitura:
- 42% dos atletas brasileiros que foram aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 não tinham patrocínio;
- 80% da delegação brasileira convocada para os Jogos contaram com auxílio do Bolsa Atleta;
- Dos 309 atletas brasileiros que estiveram lá:
- 12% realizaram permutas
- 13% fizeram vaquinhas
- 11% conciliam o esporte com outros empregos
Mas nem tudo são más notícias. É importante reconhecer que algumas marcas começaram a enxergar o esporte brasileiro como um forte pilar de marketing:
- A Avon vendeu mais de 1 milhão de batons em um mês, após a jogadora Marta usá-lo nos jogos da Copa do Mundo de 2019, na França;
- A Nike registrou um aumento de 700% na busca por itens de skate em seu site entre 24 e 27 de julho, quando a modalidade street do skate, de Rayssa Leal, foi disputada na Olimpíada;
- A Oi registrou um engajamento médio de 30% em dois meses da ação “Atletas de Fibra“, no Twitter, com atletas do surfe e do skate.
Na minha opinião, tanto os dados que demonstram a falta de investimento no esporte como os que demonstram ótimos resultados de marcas que utilizam o esporte como ferramenta de marketing têm feito, não só com que outras empresas despertem para o potencial do nosso esporte, como demonstrado ao esporte o quanto ele ainda tem para se desenvolver estruturalmente.
Marcas como a Chilli Beans, recém-entrante no esporte, chegam para demonstrar aos atletas que é possível seguir traçando suas jornadas com a mesma paixão de quando começaram a vida no esporte. Por isso, recentemente, em evento com franqueados, eles apresentaram Keno Marley, do boxe, e Babi Domingos, da ginástica rítmica, como embaixadores da marca.
A proposta vai além do apoio financeiro. A personalidade sexy e atrativa da Chilli Beans serve de exemplo, espelho e inspiração para que os atletas entendam que a conquista de medalhas é só mais um passo de uma história escrita com autenticidade.
Junto à NSports, detentora dos direitos do Canal Olímpico do Brasil, tivemos a oportunidade de traçar um plano de ação a longo prazo para a marca, de forma que eles iniciem uma relação com antecedência suficiente para que juntos possam desenvolver suas trajetórias com a mesma autenticidade que conquistou o coração do Caito, fundador da Chilli Beans.
A expertise da WES em ativar patrocínios explorando os objetivos de marca e negócios das empresas, somada à experiência da NSports, pioneira em dar visibilidade a estes atletas que muitos não conseguem acompanhar em seus torneios, nos permite acreditar que, a partir de propósitos alinhados, podemos garantir a redução do abismo existente na estrutura do esporte brasileiro e que foi apresentado no início deste artigo.
Mônica Esperidião Hasenclever é especialista em gestão e marketing esportivo, cofundadora da WES e escreve mensalmente na Máquina do Esporte, sempre com o propósito de promover a visibilidade da mulher e a inclusão da diversidade em todos os âmbitos e áreas de esporte