Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 começam nesta quarta-feira (24). Finalmente! Pela terceira vez na história, a Cidade Luz é o centro esportivo do mundo (antes foi sede em 1900 e 1924). E eu não estou louco: embora a Cerimônia de Abertura seja apenas na próxima sexta-feira (26), no momento em que você está lendo essa coluna, devido ao fuso horário (cinco horas a mais na França), algumas competições já começaram, como os torneios de rugby 7 e futebol masculino. A cerimônia que abre oficialmente o evento será somente dois dias depois, às margens do Rio Sena e com a Torre Eiffel ao fundo.
Sempre que estamos às vésperas dos Jogos, é inevitável a lembrança de momentos marcantes, seja da história olímpica, seja da nossa história. Cenas inesquecíveis como Gabrielle Andersen cruzando a linha de chegada cambaleando, Michael Phelps com o peito cheio de medalhas, Usain Bolt fazendo careta na linha de chegada, o Dream Team de 1992, o urso Misha chorando nas arquibancadas, Jesse Owens de punhos cerrados, Nadia Comaneci encantando o mundo aos 14 anos…
Ufa! E tem muito mais. São inúmeros momentos icônicos que, de quatro em quatro anos, voltam na mídia e na lembrança.
Os nossos
Mas há muitos momentos também com os nossos. Quem se esquece de Vanderlei Cordeiro de Lima sendo atropelado em Atenas 2004 pelo doido do “padre” irlandês? Ou do primeiro título do futebol no Maracanã? Tem ainda a Geração de Ouro do vôlei de 1992, a prata do basquete feminino, Cielo voando de braçadas em Pequim 2008, Rafaela Silva sendo campeã em casa no judô, Baloubet du Rouet refugando na disputa por medalha, Rebeca Andrade campeã olímpica em Tóquio, o bicampeonato de Adhemar Ferreira da Silva…
E mais, muitos outros momentos (bons ou não tão bons) que nos conectam com as Olimpíadas.
Novas histórias
Estamos prestes a ver mais histórias sendo escritas. Depois de uma edição atípica em Tóquio 2020 (2021), quando o público estava ausente e os Jogos foram realizados com muitas limitações em razão da pandemia de Covid-19 (além do fuso), é bom ver tudo de volta ao normal. Por pouco mais de 20 dias, entraremos em um transe patriótico que fará com que os problemas do dia a dia percam um pouco de força. Todo mundo virará técnico, especialista de todas as modalidades, criará expectativas, se emocionará nas vitórias, se desesperará nas derrotas. Como diria Galvão, “Olimpííííadas, aaamiiiiigo”.
Pense.
Quais são os momentos olímpicos que mais te marcaram? Quais te trazem mais lembranças quando falamos dos Jogos? Qual é a conexão emocional mais forte que você tem quando falamos de Jogos Olímpicos? Quem são os seus ídolos?
Olimpíadas criam memórias afetivas, momentos únicos. Tenho muitas lembranças, especialmente envolvendo atletas brasileiros. Dá para listar várias: as medalhas de ouro de Aurélio Miguel (Seul 1988), do vôlei (Barcelona 1992), de Ricardo e Emanuel nas areias (Atenas 2004), Arthur Zanetti (Londres 2012), Alison e Bruno Schmidt na Praia de Copacabana (Rio 2016)… Ah, sim, sem falar de Carl Lewis, Usain Bolt, Teddy Riner, Félix Savón, Serguei Bubka e por aí vai.
Não são só ouros
Mas não são só ouros. Lembro muito bem de um episódio que não rendeu medalha, que não envolveu brasileiros e que vi pessoalmente nos Jogos de Sydney 2000. No link abaixo, um conteúdo do Olympic Channel no YouTube sobre Eric Moussambani. Vale assistir pelo inusitado e pela resiliência.
E agora, falando em Paris 2024, qual é a história que você quer ver sendo escrita na França?
Vale um palpite? Nesse momento de previsão de medalhas e resultados, vou incorporar o “Polvo Paul” e dar o meu pitaco no resultado geral do Brasil: 24 medalhas, sendo 8 de ouro. É claro que espero e torço que sejam mais, mas essa é a minha previsão, ainda que longe de ser entendido em todas as modalidades olímpicas.
Samy Vaisman é jornalista, sócio-diretor da MPC Rio Comunicação (@mpcriocom), cofundador da Memorabília do Esporte (@memorabiliadoesporte) e escreve mensalmente na Máquina do Esporte