Arco do Triunfo, um dos grandes cartões portais de Paris, numa sexta-feira às 20h da “tarde” do verão francês. Esse, provavelmente, é um dos lugares mais improváveis para conseguir tirar uma foto de recordação com você sozinho num dos pontos turísticos mais icônicos da história.
Mas, no dia 26 de julho de 2024, posso dizer que tive o privilégio de ter o Arco do Triunfo só para mim. Sem pessoas ou carros para atrapalhar a paisagem, pude ver o monumento de perto e até usá-lo de cenário para gravar alguns dos vídeos da Máquina do Esporte aqui em Paris.
Enquanto isso, a menos de 500 metros, policiais fechavam o trânsito para os carros e controlavam a passagem das pessoas. E, pouco mais adiante, o Rio Sena era o grande centro das atenções, com os barcos desfilando suas delegações olímpicas dentro da espetacular Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de 2024.
A Paris sem Cerimônia foi apresentada na sexta-feira a alguns poucos que decidiram trocar as telas exibindo o desfile das delegações, os shows e o acendimento da pira olímpica por uma caminhada nos arredores da maior área já usada para abrir um evento esportivo no mundo.
Não só o Arco do Triunfo estava deserto, mas era possível caminhar pela Champs Elysées com menos de cinco pessoas nas calçadas, ou ir do Museu do Louvre até a Opera pelo meio da rua. Isso para ficar apenas pelos arredores de onde era o grande acontecimento da noite.
A experiência insólita da Paris sem Cerimônia foi o prêmio de consolação para quem tentou, sem sucesso, se aproximar das margens do Sena na abertura dos Jogos Olímpicos. De certa forma foi emocionante, mas incomparavelmente menos do que o evento mais complexo já feito no universo do esporte.
Paris 2024 levou lá para o alto o sarrafo das cerimônias de abertura olímpicas.