O Chile está reprimindo a indústria de apostas. No início deste mês, o Supremo Tribunal de Justiça declarou o segmento ilegal em todo o território nacional e bloqueou 23 plataformas que operavam no país. Dessa forma, a publicidade de empresas do setor também foi afetada, e a Federação Chilena (ANFP) encerrou seu acordo com a Betsson.
Para a entidade, o fim do contrato referente aos naming rights das duas primeiras divisões do Campeonato Chileno, assinado em janeiro de 2023, representa deixar de arrecadar cerca de US$ 8 milhões durante os próximos três anos. Vale destacar que o parceiro anterior da Federação Chilena para a propriedade pagava US$ 500 mil por temporada.
Apesar da ANFP ter contestado a decisão em tribunal, o juiz decidiu que “as apostas esportivas on-line (…) são proíbidas no nosso sistema jurídico, que trata das dívidas contraídas nos referidos jogos de azar como atividade ilegal”.
A entidade ainda tentou conseguir uma prorrogação no prazo da suspensão das apostas esportivas, mas não obteve sucesso. Agora, a ANFP busca novos parceiros para a primeira e segunda divisões do Campeonato Chileno, assim como retirar todas as referências à Betsson de suas comunicações e plataformas digitais.
Cenário
A Betsson não possui escritório no Chile, e o país não emite licenças para empresas de apostas atuarem no país. Apesar disso, a empresa vem expandindo sua presença na América do Sul e patrocina o Boca Juniors, em um acordo de US$ 7,5 milhões, a primeira divisão do Campeonato Peruano e o Estadual de Pernambuco. Além disso, a casa de apostas também foi parceira da Copa América de 2021, realizada no Brasil.
A decisão contra a Betsson está repercutindo em vários clubes das ligas chilenas que têm parcerias com casas de apostas. Um exemplo é a Betway, que cancelou acordos de publicidade em vigor desde janeiro de 2022 com cinco clubes chilenos: Unión La Calera, Everton de Sea Vine, Ñublense, Audax Italiano e Coquimbo Unido.