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Enquanto Brasil encaminha punição a Bruno Henrique por fraude, Reino Unido livra Paquetá

Atleta do Flamengo, que é réu na Justiça comum por suposta manipulação em cartões amarelos, também pode encarar denúncia no STJD

Bruno Henrique e Lucas Paquetá foram investigados por suspeita de fraude em apostas - Reprodução / Instagram (@b.henrique e @lucaspaqueta)

O atacante Bruno Henrique e o meia Lucas Paquetá têm algumas semelhanças em suas trajetórias como atletas, a começar pela forte relação que possuem com o Flamengo.

Ambos também viram seus nomes envolvidos em supostos esquemas de fraude em apostas (Bruno atuando pelo Flamengo, e Paquetá, pelo West Ham, da Inglaterra), nas quais teriam forçado cartões amarelos buscando favorecer pessoas próximas a eles.

Nesta semana, o caso Paquetá alcançou seu desfecho, enquanto o de Bruno Henrique começou a se definir na esfera esportiva.

O West Ham anunciou em suas redes sociais, nesta quinta-feira (31), que Paquetá foi inocentado pela Comissão Reguladora Independente que apurou a denúncia para a Football Assocation (FA), que comanda o futebol na Inglaterra.

Paquetá havia sido indiciado pela entidade máxima do futebol inglês em maio do ano passado. Ele era acusado de manipular apostas em quatro partidas da Premier League, entre 2022 e 2023, ao supostamente forçar cartões amarelos nos confrontos do West Ham diante de Leicester, Aston Villa, Leeds e Bournemouth.

Cerca de 60 apostas nesses cartões amarelos sofridos eram provenientes da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, local de nascimento do atleta, e foram feitas na Betway, patrocinadora do West Ham à época em que o escândalo explodiu.

A empresa de apostas alertou as autoridades britânicas quanto ao número considerado incomum de apostas feitas nesse evento envolvendo o jogador brasileiro.

Caso Paquetá tivesse sido considerado culpado, a FA ameaçava bani-lo “para sempre” do esporte, punição que poderia ser aplicada em outros países, o que representaria o fim da carreira do jogador.

A decisão da Comissão Reguladora Independente, porém, afasta qualquer possibilidade de sanção para o jogador brasileiro.

“Desde o primeiro dia desta investigação, mantive minha inocência diante dessas acusações gravíssimas. Não posso dizer mais nada neste momento, mas gostaria de expressar o quanto sou grato a Deus e o quanto estou ansioso para voltar a jogar futebol com um sorriso no rosto. À minha esposa, que nunca soltou minha mão, ao West Ham United, aos torcedores que sempre me apoiaram, e à minha família, amigos e à equipe jurídica que me apoiaram – obrigado por tudo”, disse Paquetá, em declaração publicada no site do clube.

Bruno Henrique

Enquanto isso, no Brasil, as perspectivas são menos promissoras para Bruno Henrique, que recentemente se tornou réu em uma ação que corre na Justiça do Distrito Federal.

Segundo informação publicada pelo colunista Diogo Dantas, no site do jornal O Globo, o atleta do Flamengo estaria em vias de ser denunciado também pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

A procuradoria do órgão tem até o dia 6 de agosto para se pronunciar sobre o caso. A data-limite coincide justamente com o jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, contra o Atlético-MG.

Se a denúncia vier dentro do prazo, Bruno Henrique corre o risco de sofrer suspensão preventiva e desfalcar o Flamengo no confronto diante do rival mineiro.

O atacante do Flamengo é acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal de haver forçado um cartão amarelo na partida diante do Santos, pela Série A do Brasileirão de 2023, realizada na Arena BRB Mané Garrincha.

O monitoramento feito pela empresa Sportradar para a Federação Internacional de Futebol (Fifa) detectou um movimento considerado incomum de apostas em um cartão amarelo para o jogador.

Posteriormente, ao investigar o caso, a Polícia Federal constatou que familiares de Bruno Henrique teriam criado contas em sites, às vésperas do jogo contra o Santos, e apostado que ele receberia cartão amarelo, fato que se concretizou.