Após a realização do Challenger de Brasília, no último fim de semana, o Brasil projeta a realização de até três etapas do Circuito Internacional de Basquete 3×3 em 2026.
Já estão garantidos no calendário, em acordo assinado com a Federação Internacional de Basquete (Fiba), as etapas de São Paulo (SP) e Brasília (DF), ambas masculinas, no ano que vem.
“Estamos em negociação para trazermos uma etapa do feminino em 2026. Se fecharmos, ela será em Cuiabá (MT)”, contou Maurício Santos, CEO da Marketing Consulting Sports (MCS), que gere os eventos no Brasil, em entrevista à Máquina do Esporte.
Santos revelou que o interesse em desenvolver um projeto com basquete 3×3 no Brasil aconteceu a partir dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, quando o esporte chamou a sua atenção pela capacidade de atrair o público da Geração Z.
“O skate e o basquete 3×3 foram as maiores audiências entre o público jovem. É um esporte dinâmico, rápido e com duração de cerca de 20 minutos. O jovem está conectado em várias telas e não aguenta mais acompanhar dois tempos de 90 minutos”, analisou o executivo.
Calendário
O passo seguinte foi a assinatura de um contrato de três anos com a Fiba para a promoção da modalidade e a realização de eventos internacionais no país.
Foram investidos R$ 12 milhões no projeto só para 2025. Boa parte desse montante foi arrecadado com patrocinadores como Reals, Trio, Molten e Wilson, além de parcerias com diversas esferas do governo.
Com apoio da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), o calendário de competições de 2025 conta com sete etapas do Campeonato Brasileiro, quatro seletivas para o evento internacional e o Challenger de Brasília.
Para encerrar a temporada inicial do projeto, faltam apenas a realização de três etapas nacionais: Juiz de Fora (MG) (outubro), São Paulo (SP) (novembro) e Belo Horizonte (MG) (dezembro).
Challenger
O Challenger de Brasília, principal evento da modalidade no Brasil neste ano, foi realizado em uma estrutura montada dentro do Pátio Brasil Shopping. Os quatro dias de competições tiveram torneios escolar, universitário e de clubes, que serviram como eventos preliminares, e o torneio internacional, realizado no fim de semana.
“Além da arena, todos os andares do shopping ficaram lotados. A praça de alimentação teve que funcionar até a meia-noite por causa do público. No final do evento, o dono do shopping veio me perguntar quando seria o próximo”, contou Santos.
No ano que vem, o contrato da MCS com a Fiba prevê a realização de cinco etapas do Brasileirão de 3×3 e oito seletivas para os dois Challengers Internacionais já garantidos. Em 2027, haverá mais cinco etapas brasileiras, 12 seletivas internacionais e três etapas do Challenger.
“Neste ano, a etapa internacional foi um sucesso, com todos os patrocinadores satisfeitos. Fizemos uma arena para 400 torcedores com sistema de cadeira quente: só entrava alguém quando uma pessoa saía”, afirmou o CEO da MCS.
Fomento
Além do calendário de eventos, Santos também montou dois Centros de Treinamento (CTs) para o desenvolvimento do basquete 3×3 no Brasil.
O primeiro foi lançado em Diadema (SP), com apoio do Ministério do Esporte, e hoje atende 400 jogadores. O segundo está em funcionamento em Belo Horizonte (MG), em parceria com o governo do estado. A estrutura esportiva é utilizada por 300 atletas para treinamento.
“Quando começamos o projeto, em dezembro [de 2024], o Brasil era o 72º colocado no ranking mundial da Fiba. Atualmente, estamos em 38º lugar. A meta é chegar ao Top 20 até o final do ano”, destacou Santos.
“Nesta temporada, o Brasil fez uma pontuação maior do que nos últimos oito anos somados”, contabilizou.
Em 2026, a meta é inaugurar o terceiro CT em local a definir. Brasília (DF) e Salvador (BA) são as praças favoritas, mas a definição dependerá de parcerias a serem firmadas com governos locais.
