A NBA e a NBPA (associação dos jogadores da liga) anunciaram, nesta quinta-feira (11), que o número 6, utilizado por Bill Russell, que morreu há duas semanas, será retirado dos uniformes de toda a liga. O pivô do Boston Celtics será o primeiro jogador da história a ter seu número aposentado em toda a NBA.
“O sucesso inigualável de Bill Russell na quadra e o pioneirismo no ativismo pelos direitos civis merecem ser homenageados de maneira única e histórica. Aposentar permanentemente seu número 6 em todas as equipes da NBA garante que a carreira transcendente de Bill seja sempre reconhecida”, afirmou Adam Silver, comissário da NBA.
“As ações de Bill dentro e fora de quadra ao longo de sua vida ajudaram a moldar gerações de jogadores para melhor. Por isso, somos eternamente gratos. Estamos orgulhosos de continuar a celebração de sua vida e legado ao lado da liga”, comentou Tamika Tremaglio, diretora executiva da NBPA.
Série de homenagens
Além de aposentar o número de Russell, a NBA prestará uma homenagem à lenda do Boston Celtics ao longo da temporada 2022/2023. Todos os jogadores da NBA usarão um emblema comemorativo no ombro direito de suas camisas, e todas as quadras da NBA exibirão um logotipo em forma de trevo com o número 6 na linha lateral.
O Boston Celtics, time em que Russell atuou durante toda a carreira e também foi treinador, fará uma homenagem única para o ex-jogador e treinador em seus uniformes, a ser anunciada em breve.
O número da camisa de Russell, que ele usou durante toda a carreira em 13 temporadas (1956 a 1969), não será usado novamente por nenhum time da NBA. Os jogadores que atualmente usam a camisa 6 trocarão de numeração.
História
Russell transformou a liga com sua defesa aguerrida e o porte atlético atuando como pivô. No total, ganhou 11 títulos com a camisa do Boston Celtics em 13 temporadas. Na universidade, também venceu os campeonatos de 1955 e 1956 defendendo San Francisco. Além disso, ainda foi medalha de ouro na Olimpíada de Melbourne 1956, defendendo os Estados Unidos.
Atuando em uma equipe lendária dos Celtics, Russell conquistou oito títulos consecutivos, algo inimaginável na NBA atual, de 1959 a 1966. Seu nome está tão associado ao sucesso que, a partir de 2009, passou a nomear o prêmio de melhor jogador das finais da NBA.
O pivô foi cinco vezes dono do prêmio que futuramente levaria seu nome, esteve 12 vezes no All-Star Game e por 11 vezes foi nomeado para o melhor time da temporada. Russell é o único jogador a aparecer em todas as quatro equipes de melhores jogadores nomeadas em aniversários da NBA (25º, 35º, 50º e 75º). Ele entrou para o Hall da Fama do basquete em 1975.
Para se ter uma ideia, Russell é, até hoje, o segundo maior reboteiro da história da NBA, com 21.620 bolas recuperadas no garrafão. Em sua homenagem, o Boston Celtics já havia aposentado a camisa 6 em 1972.
Luta por justiça
O impacto de Bill Russell na NBA se estendeu muito além de suas conquistas como jogador. Em 1966, ele foi contratado pelos Celtics e se tornou o primeiro treinador negro da história da NBA e também de todas as grandes ligas dos EUA. Como treinador, dirigiu o time de Boston em 1968 e 1969.
Russell sempre defendeu os valores de igualdade, respeito e inclusão. Ele marchou pelos direitos civis com Martin Luther King Jr. e reivindicou igualdade de direitos para a população negra. Em 2010, o pivô foi premiado pelo presidente Barack Obama com a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta honraria civil dos EUA, por seus feitos como jogador e pelo compromisso com a justiça social.
