A Amstel decidiu colocar em prática uma iniciativa em pontos de venda parceiros em São Paulo para mostrar que todo mundo deve ser bem-vindo para assistir e torcer no futebol. A partir desta quinta-feira (15), as equipes que atuam em alguns bares da capital paulista receberão braçadeiras (ao estilo das usadas pelos capitães dos times no futebol) com as cores da bandeira LGBTQIAP+ e a inscrição “I Am What I Am” (“Eu sou o que sou”, em tradução livre).
Ao todo, cinco estabelecimentos foram escolhidos para a ação: Tokyo, Selva, Clube do Minhoca, Cineclube Cortina e Heavy House. A ideia é disponibilizar os utensílios também para o público consumidor, convidando-os “a serem livres para serem o que quiserem” e reforçando valores como diversidade, respeito, autenticidade e liberdade.
Além de fornecer as braçadeiras, a Amstel fechou uma parceria com a Profissas, uma escola de diversidade que apoiará os estabelecimentos no trabalho de letramento dos profissionais contratados. A ideia é aperfeiçoar o atendimento ao público de modo a oferecer mais acolhimento e inclusão ao público LGBTQIAP+.
De acordo com a marca, serão realizadas palestras presenciais para facilitar o processo de aprendizado das equipes, colocando em debate assuntos como os significados de cada uma das letras da sigla LGBTQIAP+, representatividade, LGBTfobia e microagressões entre outros temas.
Com a ação, a Amstel espera ajudar a tornar os locais indicados cada vez mais acolhedores e inclusivos. Vale destacar que a marca de cerveja do portfólio da Heineken costuma atuar tanto no esporte como na causa LGBTQIAP+. Atualmente, é patrocinadora da Copa Conmebol Libertadores e também da Parada do Orgulho LGBT+ realizada em São Paulo.
Polêmica na Copa do Mundo
A escolha pela braçadeira como símbolo da ação não é à toa. Na Copa do Mundo do Catar, o objeto foi personagem principal de uma polêmica envolvendo sete países europeus (Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça), que queriam usar braçadeiras de capitão com a inscrição “One Love”, com o intuito de demonstrar apoio à comunidade LGBTQIAP+.
No dia da abertura do Mundial, no entanto, a Fifa ameaçou as seleções, dizendo que os capitães já iniciariam os jogos com cartão amarelo, além de uma multa financeira para as respectivas federações.
As seleções, então, desistiram do uso. Algumas, no entanto, decidiram protestar contra a proibição. Em todos os jogos que fez no Mundial, a Inglaterra teve seus jogadores ajoelhados antes do apito inicial. A Alemanha, por sua vez, foi ainda mais longe: na hora da foto oficial do time, minutos antes da estreia contra o Japão, os jogadores alemães taparam a boca.