A polêmica entre a Associação Dinamarquesa de Futebol (DBU) e a Federação Internacional de Futebol (Fifa), por conta de questões relacionadas a direitos humanos, teve um novo capítulo nesta quarta-feira (23).
Depois do veto da entidade máxima do futebol ao uso da braçadeira ”One Love” (que expressa apoio à causa LGBTQIAP+) por capitães dos times durante a Copa do Mundo 2022, o presidente da DBU, Lesper Moller, afirmou ao site The Athletic que cogita a desfiliação da Fifa.
A atitude extrema poderá ser tomada, segundo o dirigente, caso a Fifa não reveja sua política de direitos humanos. Na entrevista ao site, Moller afirmou que a possibilidade já vem sendo debatida junto a outras federações da região nórdica desde agosto deste ano.
Os dirigentes da DBU também já adiantaram que não apoiarão uma eventual tentativa de reeleição do presidente da Fifa, Gianni Infantino. A Dinamarca seria uma das quatro nações contrárias à recondução do mandatário ao cargo.
Entenda a polêmica
A Dinamarca não é o único país que se envolveu em polêmicas neste Mundial por conta de questões relacionadas a direitos humanos. Além dela, outras seis seleções (Inglaterra, País de Gales, Holanda, Bélgica, Suíça e Alemanha) pretendiam utilizar o adereço de apoio à causa LGBTQIAP+, mas recuaram após ameaças da Fifa.
Fifa barra mensagens consideradas políticas
A justificativa da Fifa para tais punições é de que a braçadeira representaria uma manifestação política, algo que é vetado pela entidade em suas competições oficiais.
Esse argumento foi o mesmo utilizado pela Fifa para barrar outra iniciativa da Dinamarca, que pretendia utilizar, durante os treinos no Catar, camisetas com mensagens de apoio à causa dos direitos humanos no lugar das marcas dos patrocinadores. Neste caso, a DBU havia solicitado autorização à entidade máxima do futebol para fazer a ação.
Ainda assim, o país conseguiu levar uma forma de protesto ao Mundial do Catar, com uma camisa que apaga o logotipo da fornecedora de material esportivo Hummel e o próprio escudo da seleção. À época do lançamento do uniforme, a empresa deixou claro que se tratava de um protesto contra o país-sede, que é acusado de violar direitos dos trabalhadores, das mulheres e da população LGBTQIAP+.