Black Friday tem aumento das vendas, apesar da Copa do Mundo e de jogo do Brasil na véspera

A Black Friday sofreu um impacto positivo por ter acontecido, pela primeira vez na história, durante uma Copa do Mundo. Segundo dados preliminares da Linx, especialista em tecnologia para o varejo, o Mundial do Catar simultâneo ao tradicional dia de promoções no comércio em geral gerou maior faturamento para as redes varejistas do que no ano passado.

“Ainda não é possível fazer essa análise [sobre o desempenho da Black Friday de 2022], mas notamos aumento no volume de compras nesta Black Friday em relação ao ano passado”, afirmou Ricardo Pinho, diretor executivo da Linx, em entrevista à Máquina do Esporte.

A Copa do Mundo impôs um novo desafio para o comércio atrair a atenção do consumidor durante a Black Friday. Isso porque a estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo aconteceu na véspera da data em que o comércio faz sua tradicional liquidação anual.

Pré-Black Friday

Normalmente, as vendas começam a ser aquecidas na véspera da Black Friday, com algumas promoções sendo antecipadas. Neste ano, as atenções estavam voltadas para os desafios enfrentados por Neymar e Richarlison ante a defesa da Sérvia.

Segundo a Linx, houve queda de 46% nas vendas nas horas que antecederam o jogo, que aconteceu às 16h (horário de Brasília). No intervalo, o comércio on-line voltou a se aquecer, mas sofreu nova queda acentuada no momento dos dois gols do Brasil.

“Após o jogo, as vendas retomam e vão crescendo gradativamente. Já no varejo físico, o volume de vendas caiu 17% em relação à data pré-Black Friday de 2021, evidenciando também o fator Copa”

Ricardo Pinho, diretor executivo da Linx

Alguns itens, porém, tiveram bastante procura na última quinta-feira (24). De acordo com a Linx, a busca por camisas da seleção brasileira cresceu 186% em relação à quarta-feira (23). Além desse item, também cresceram as buscas por eletrodomésticos, móveis e cosméticos.

“Uma outra curiosidade é a busca pelo termo liquidação, que mostra que o que o consumidor realmente quer na Black Friday são descontos, independentemente de qual tipo de produto, uma vez que a maioria das compras são para si próprio, situação diferente de outras datas promocionais”, analisou o diretor executivo da Linx.

Estratégia comercial

Para não correr o risco de a Copa atropelar uma das principais datas do varejo, as empresas promoveram uma estratégia diferente neste ano. As promoções foram realizadas ao longo do mês de novembro, oferecendo a possibilidade de o consumidor antecipar suas compras.

“Com os dois eventos acontecendo mutuamente e a oferta dos varejistas com promoções antecipadas, vimos a diluição das compras em novembro, com ainda menor concentração no dia oficial da Black Friday. Corroborando com isso, vimos um aumento de 9% nas vendas no varejo físico entre 1º e 24 de novembro [em relação a novembro de 2021]”

Ricardo Pinho, diretor executivo da Linx

De acordo com o representante da empresa especialista em tecnologia para o varejo, o desempenho da Black Friday poderia ter sido pior se o jogo da seleção brasileira tivesse acontecido na própria sexta-feira (25). Além disso, para ele, parte do comércio ainda pode conseguir bons lucros com o segundo jogo da equipe nacional, na próxima segunda-feira (28), contra a Suíça.

“Como a data oficial da Black Friday foi no dia seguinte à estreia do Brasil na Copa, na data em si não observamos ainda grande diferença no comportamento do consumidor. Com a diluição das promoções ao longo do mês, a queda no momento do jogo também foi compensada em outros dias, e os setores de delivery esperam bons momentos com o segundo jogo, às 13h da segunda-feira”, resumiu.

Sair da versão mobile