A Copa do Mundo do Catar teve um público acumulado de 3,4 milhões de torcedores nos estádios. Isso significa que, em média, cada partida foi assistida por 53 mil pessoas. As arenas tiveram ocupação de 96% da capacidade total. Desde o início do Mundial da Fifa, mais de 1,4 milhão de torcedores visitaram o país do Oriente Médio.
A competição, a última da Fifa com 64 jogos, propiciou, segundo os organizadores, pela primeira vez na história, que “milhares de torcedores assistissem a mais do que um jogo por dia”. Isso foi possível graças ao fato de que os oito estádios em que a competição foi disputada ficavam a menos de uma hora de carro uns dos outros.
Hassan Al-Thawadi, secretário geral do Comitê Supremo de Entrega e Legado e presidente da Copa do Mundo do Catar, exaltou a organização da competição.
“Em 2010, dissemos ao mundo para esperar algo incrível e cumprimos essa promessa de maneira espetacular”, autoelogiou o dirigente, destacando que “esta edição será um marco para os futuros organizadores de megaeventos”.
“Estamos muito orgulhosos de ter sediado uma Copa do Mundo compacta, acessível e familiar. E o torneio forneceu uma plataforma de intercâmbio cultural em um nível nunca visto na história”
Hassan Al-Thawadi, secretário geral do Comitê Supremo de Entrega e Legado
Direitos humanos
Antes da competição, o Catar recebeu diversas acusações de ONGs de direitos humanos, como a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, por desrespeitar direitos trabalhistas básicos de trabalhadores imigrantes.
Como o país dispunha de infraestrutura escassa para receber a competição, houve a necessidade de importação de mão de obra de países pobres, principalmente do sul da Ásia, como Índia, Paquistão, Nepal, Bangladesh e Sri Lanka.
De acordo com as denúncias, as condições insalubres de trabalho fizeram com que cera de 6.500 trabalhadores morressem no Catar. O governo catariano, porém, contesta esses números, embora não tenha divulgado nenhuma estatística clara a respeito do tema.
O próprio Al-Thawadi chegou a dizer, em entrevista ao programa “Uncensored”, de Pies Morgan, do canal britânico TalkTV, que houve entre 400 e 500 mortos. Após a repercussão negativa da declaração, o comitê tentou contemporizar, dizendo que houve 414 mortes “relacionadas ao trabalho” entre 2014 e 2020 em todo o país, “abrangendo todos os setores e nacionalidades”.
O comitê também informou que os números são “documentados anualmente no relatório público do CS [Comitê Supremo] e abrangem os oito estádios, 17 locais que não são de competição e outros locais relacionados sob o escopo do CS”.
O Catar, porém, não possui números oficiais sobre acidentes de trabalho, lesões graves sofridas durante as obras no país e problemas médicos surgidos por causa das condições de serviço durante as obras da Copa do Mundo.