EXCLUSIVO: CBF rescinde contrato de patrocínio da Bitci após calote da empresa

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) rescindiu o contrato de patrocínio da Bitci com a entidade após sofrer calote da empresa de blockchain. Segundo a Máquina do Esporte apurou, foram vários meses de atraso no pagamento até a entidade decidir pelo distrato.

A Bitci havia sido anunciada em junho de 2021 em um acordo válido por três anos, cujos valores não foram divulgados. Pelo contrato, a empresa turca teria direito a lançar produtos com a seleção brasileira masculina, feminina, Sub-20, Sub-17 e Sub-15. O compromisso também assegurava à Bitci o status de única parceira oficial de blockchain da CBF.

“Junto com a Bitci, temos a oportunidade de alavancar a interação com os fãs da seleção brasileira em todo o mundo. Iremos conectar a paixão pela seleção nacional mais popular do planeta com experiências, conteúdo e benefícios”, afirmou Antônio Carlos Nunes, então presidente da CBF, à época da divulgação do acordo.

Na convocação da seleção brasileira que disputará a Copa do Mundo do Catar 2022 feita por Tite, a Bitci estranhamente já não constava entre as empresas patrocinadoras da CBF que apareciam no backdrop da sala de coletiva.

Produto oficial

A empresa lançou fan tokens da seleção brasileira em julho de 2021. A negociação do produto, muito popular no futebol atualmente, ficou totalmente a cargo da Bitci, que também planejava o lançamento de criptomoedas da equipe nacional.

Apesar de não ter mais contrato com a CBF, a empresa continua negociando o fant token da seleção brasileira em sua plataforma. Segundo a Máquina do Esporte apurou, a confederação já fez várias notificações à empresa, que ignorou os avisos, mantendo o produto em seu site oficial. Apesar disso, a CBF ainda não decidiu entrar na Justiça contra a Bitci.

Inadimplência

O atraso no pagamento das cotas de patrocínio, porém, ligou o sinal de alerta na CBF, que optou pelo cancelamento do acordo. Até o momento, a confederação não negocia com outra empresa do setor um possível patrocínio à seleção brasileira.

A Bitci ficou famosa, nos últimos meses, por ter se tornado inadimplente com outros parceiros comerciais com os quais tinha contrato. Foi o caso do Sporting (Portugal), do Spezia (Itália) e da McLaren (equipe de Fórmula 1). O Sporting deu como razão oficial da rescisão a falta de “alinhamento estratégico” entre as partes.

No Brasil, além da CBF, a Bitci assinou contrato com Ceará, Coritiba, Fortaleza, Sport e Vitória. Todos os clubes mantêm o logotipo da empresa como patrocinadora em seus sites oficiais.

A Bitci também chegou a ser parceira do Botafogo, mas teve o contrato encerrado no início do ano, quando John Textor, dono da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do clube carioca, decidiu rescindir todos os acordos comerciais do Botafogo como forma de valorizar o atual momento do time.

Erramos: a Bitci lançou fan token da seleção brasileira, não tokens não fungíveis (NFT). A nota foi corrigida.

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